3 de fevereiro de 2012

Em torno do novo acordo ortográfico

A edificação do CCB lembra um baluarte, resistente edificação a investidas... No tempo dos abaixo-
-assinados sobre o novo acordo ortográfico cresciam, a ritmo diário, centenas de assinaturas , muitas delas de gente ligada ao ensino da cultura e língua portuguesas, signatários movidos pela vontade de manter incólume a ortografia nacional.
Podemos ser ou não adeptos do  acordo que, segundo a legislação, se encontrará generalizado dentro de dois anos, acrescendo-se a instrução de serem penalizados os alunos que, em provas nacionais, o não respeitarem. Ficam, pois,  dois tópicos para reflexão:
1- continuam a chover críticas a propósito de alterações que não ocorrem (o que leva a pensar que, antes de se defender ou rejeitar, deve procurar-se  informação);
2 - receia-se que haja quem, descontente com a conjuntura, passe por um processo de descompressão a ser canalizado para questões à margem;
Há pouco , a ouvir um interessante comunicação num encontro sobre lusofonia na «Pó dos livros», ficou o pensamento preso na ideia de não se fundar a cultura de um país na sua ortografia, mas na literatura, que o confirme (ou não) quem leu  exemplares que atravessaram diversos acordos ortográficos e não foi por isso que os deixou de ler ou se confundiu na escrita, pensamento recorrente sempre que se folheia uma apelativa primeira edição de Os Maias de Eça de Queiroz, perdão, Eça de Queirós, por onde - na segunda metade do século XX - se aprendeu a gostar da obra do romancista.
Se a memória não for curta e ao  ritmo alucinante em que vivemos, voarão dois anos para provar se a polémica se terá ou não caracterizado pela esterilidade.

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