há uns tempos, o inigualável mendes bota afirmava que a credibilidade política de passos coelho vinha de morar em massamá e não num condomínio qualquer.
jamais me tinha passado pela cabeça que o facto de, também eu, morar em massamá, dava alguma credibilidade no que quer que seja e muito menos na política.
recentemente, num livro laudatório sobre passos coelho escrito pela jornalista felicia cabrita e brilhantemente apresentado pelo inultrapassável (ok, é-o, mas apenas pelo medina carreira) mário crespo, ficamos a saber que para além dos dotes para um determinado doce conventual, o menino pedro era conhecido entre os seus companheiros de partido como o 'obama de massamá'. eu, sendo de massamá e não sendo tão bronzeado (na expressão desse outro tão notável senhor que governa, literalmente, a itália) como o menino pedro, não aspiro a ser o obama de coisa nenhuma, mesmo sendo igualmente de massamá. com tal credibilidade e tais adjectivos, esperava-se que de cada vez que o coelho falasse não saísse uma coisa ao estilo das defesas do roberto (esse enorme guarda-redes do benfica com muitos anos a virar frangos).
imediatamente a seguir a ter chumbado em português o pec IV por não aceitar mais sacrifícios ao povo, andou pela europa fora a dizer, em inglês, que não tinha aprovado porque o pec não ia tão longe como devia.
esta semana, a propósito do pedido de ajuda do estado português à união europeia, o obama da escola básica de massamá afirmou que daria todo o seu apoio para uma ajuda... a 2 meses e que depois das eleições o governo eleito então negociaria com as instituições europeias.
eu garanto ele disse isto e que ninguém se riu (embora fosse mais para chorar..). aquela pobre alma é mesmo tão criança, inocente, ingénua (ou parva e burra) que acha que alguém vai negociar com portugal para 2 meses o que quer que seja e que a união europeia vai esperar que exista um novo governo para negociar??? ele acha que está a pedir 10 euros ao pai para ir ao cinema e comer pipocas e que amanhã se fala dos trabalhos de casa por fazer?
quem negoceia é o estado português (independentemente do governo que estiver) e quem vier a seguir vai ter que cumprir os compromissos do estado, sejam eles quais forem.
por isso, e porque não sendo tão completamente oco (se o espremermos sai de lá alguma coisa, ainda que não seja coisa boa), o primeiro ministro tratou de dizer que o presidente vai ter que encontrar consensos para comprometer o estado e literalmente mandou-o negociar.
lavou a mãozinhas como se diz que terá feito o pilatos quando a populaça terá dito preferir o barrabás que era um bacano e não o cristo que era esquizofrénico, tinha a mania que era um messias e andava na companhia duns tipos com mau aspecto.
2 comentários:
O cavaquito merece-o bem.
O problema é estarmos, por vezes, programados para os bons e os maus. Hoje crápula, amanhã herói (vá-se lá saber de quê). Gostei sobretudo do título do post, pois remete para escola (seja eb, abcd ou outra) e para a jogada de se vislumbrar de modo algo simplista e a curto prazo - com a revogação da avaliação do desempenho docente - um confortável número de votos (aí o PR cortou o recreio, tendo-se limitado a ficar invisível, como vai sendo hábito)... A avaliação tem muitas partes coxas e não leva ninguém - pelo menos nos tempos próximos - a ganhar melhor (por muito que possa doer), mas há também que pensar não fazer sentido a visão de 'estes estão connosco, 'os outros contra nós', isso era quando na juventude e no cinema se tomava partido por índios ou cowboys... E foi uma derivação para o próprio quintal, mas que não se afasta assim tanto da essência da questão, sendo um pequeno mecanismo desta engrenagem há muito a aguardar conserto.
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