15 de março de 2011

Há quem lhes chame culturais...

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Edifícios abandonados são memórias a definhar, quase que condenadas a uma amnésia colectiva… No caso presente, algumas lembranças de juventude: evoco vagamente um espectáculo com uma banda de garagem (tinha bons músicos) na companhia de amigos…
Curiosamente e apesar de passar com frequência no local, só há pouco me dei verdadeiramente conta do estado de degradação a que se encontrava votado o edifício. Há alguns anos, cá pelo concelho, ouvi a um presidente de uma junta de freguesia que as sociedades recreativas constituíam – na sua esmagadora maioria - símbolo de mau aproveitamento na região, muitas delas não passando de amplos espaços que de «cultural» só ofereciam jogos de sueca e bailes descaracterizados de quando em vez… Acrescentaria ainda que as mais recentes ignoram inserir-se numa região considerada património mundial, ficando-se mesmo a pensar o que será isso de plano director municipal: tratar-se-á de mera sugestão? É que falamos de edificações monstruosas,  a provocar feridas na paisagem.
Não há muito, recordo uma sociedade do concelho – a de Sabugo - que tinha um grupo de teatro com tradição: tendo assistido a um ensaio e, posteriormente, a alguns dos seus trabalhos, fiquei impressionada por ver gente de todas as gerações envolvida no projecto, prescindindo as pessoas do falso conforto de serão, em pantufas ou em frente à tv … Muitas suas peças foram premiadas em mostras de teatro amador.
A que aqui se apresenta em imagem, não se inscrevendo na categoria de mamarracho, encontra-se tristemente abandonada, ostentando o letreiro de uma agência imobiliária da moda… De aspecto reluzente, só o painel em azulejo que lhe dá nome…
Soluções para dinamizar estes locais, não as irei listar, embora ainda sonhe de quando em vez (o que rapidamente se dissipa)…
Resta-me ficar atenta a este desfecho que receio fatal , perguntando se a identificam e lamentando o aspecto descurado que hoje ostenta.

2 comentários:

António disse...

É a antiga sede da Sociedade União Primeiro de Dezembro, ao lado da Natália, em São Pedro, ou, com mais rigor, Chão de Meninos. Era uma bela sala de teatro, que depois de entrar em decadência ainda foi sendo usada como Salão de Festas. Não sei a quem pertencerá agora.

teresa disse...

E está certo, António, também desconheço o actual proprietário. A «Sintriana» tem no seu espólio algumas publicações sobre a história das sociedades culturais e recreativas do concelho.