o post da teresa sobre os isolamentos e a discussão que originou fazem-me voltar ao assunto.
no geral os urbanos (no qual, obviamente, me incluo) tendem a olhar para as aldeias com espírito com que vamos aos museus de arqueologia:
achamos muito bonitos aqueles calhaus, mas não os queríamos em casa.
isto é, as aldeias são muito bonitas, muito calmas, muito relaxantes... para quem vai da cidade.
e achamos mesmo que os que lá moram não sabem apreciar o paraíso onde moram.
os milhares que invadem o piódão jamais lá viveriam (nem eu, que até talvez vivesse em fajão, na minha casa, com confortos 'urbanos'), mas acham que os de lá estão no paraíso.
morar na 'aldeia' da pernigem (isto é piada para o meu irmão) não é morar numa aldeia !!!
é morar numa cidade com poucas casas e muito campo.
o êxodo do interior para o litoral não foi por falta de ver as ondas a bater na areia.
foi mesmo por fome.
literalmente fome.
aquela fome de não ter o que comer.
entrando no concreto e dando exemplos:
fajão sózinho tinha no começo do século 19, cerca de 800 habitantes.
com as mudanças administrativas, primeiro com a passagem, por um punhado de anos a concelho, e depois novamente a freguesia, ficou com uma extensa área de 14 aldeias: fajão, boiças, camba, castanheira da serra, cavaleiros de baixo, cavaleiros de cima, ceiroco, ceiroquinho, covanca, gralhas, mata, ponte de fajão, porto da balsa e vale pardieiro.
hoje, estas 14 aldeias (fajão incluido) tinham em 2001, 295 habitantes com uma densidade inferior a 20 habitantes por km/2.
tomando o exemplo da aldeia de ponte de fajão: em 1960 tinha 146 habitantes, em 1970 tinha 125, em 1980 eram só 23 e hoje serão uns 10, com sorte.
o vale pardieiro, de que vos falei aqui há uns tempos, não tem uma unica pessoa. e não é o único deserto na freguesia, nem nas freguesias à volta.
e mesmo destes poucos habitantes, a percentagem de familias unipessoais com mais de 65 anos no concelho é de 77,3% e o concelho com o 8º índice de envelhecimento mais elevado.
mesmo hoje, em que as condições das pessoas são incomparavelmente melhores do eram antes, o pib médio do concelho é de cerca de 60 para uma média nacional de 100 (e estou a referir a média e não o litoral, ou as suas cidades). o de sintra, onde habito, é superior a 300.
regressando aos exemplos, e para situar o que é viver numa aldeia do interior e porque ficam desertas, a minha mãe, que teve um problema grave de saúde e não podia ser tratada no centro de saúde da sede do concelho (a uns 25 quilómetros) demorou cerca de 5 (cinco!!!) horas dentro de uma ambulância (que por ser velha se avariou e ficou à espera que, por acaso, passasse outra na estrada para fazer o transbordo) para fazer os 75 kms que separam a pampilhosa de coimbra.
eu estava em lisboa quando me deram a notícia, acabei de fazer algumas coisas que tinha urgentes, rumei a coimbra e esperei horas que a minha mãe chegasse ao hospital. e quando me telefonaram ela já tinha saído da pampilhosa. e sim. a minha mãe faleceu uns dias depois.
são estas coisas que fazem a desertificação:
o fecho das escolas é o fundo da cadeia. é a última consequência, como o fecho da estação dos correios.
a escola de fajão fechou, mas mesmo assim ainda tem uma professora para o pré-escolar com uns 5 alunos.
isto é um luxo!!!
25 comentários:
Carlos,
Este "post" merece-me reflexão e uma opinião que agora não terei tempo para elaborar. Concordo com muitas das afirmações. Sempre que vou ao Gerês e me desloco de carro, penso nos idosos - mais fragilizados pela idade - e como resolverão eles os seus problemas caso precisem de cuidados médicos de urgência, o que inclui transportes para o hospital.
Também não moro longe da Pernigem e sei que "há aldeias e aldeias", e estas são "diz que é uma espécie de aldeia....", plagiando os "gatos fedorentos".
Bom...mesmo que não seja por hoje - as responsabilidades chamam até tarde- darei ao assunto a importância que merece. E é assim que eu aprecio o direito ao contraditório, sem aqueles "fait divers" como os de comentários recentes de diversos anónimos com o mesmo IP à estória do gado que pastava pela praça de Espanha:)
mmmm
nada como uma boa polémica :)
assistirei com curiosidade :p
se bem que declaro-me desde já apoiante do pai estando, claro, muito perto da realidade de Fajão e ser-me um assunto igualmente caro.
e sim, viveria bem em Fajão porque a minha actividade assim mo permitiria, à distância, mas sempre dependente de carro (a 35 minutos de Coimbra, dos HUC e restante comércio) e internet de banda larga para poder enviar trabalho.
Bem… em relação a este tema inesgotável em relação ao qual serei tudo menos inocente, pois faz parte de um trabalho recentemente inciado e para o qual “visto a camisola”, aqui vão algumas ideias que reuni . Toda esta polémica começou com a afirmação “postada” sobre ser o encerramento das escolas “um passo para a morte das aldeias”, foi isso que reacendeu a discussão e nunca a ideia de que nas aldeias é que se vive bem, o conceito de “viver bem “ é subjectivo, embora possa ser objectivado pela falta de acessibilidades, cuidados de saúde ou falta de empregos. É certo que tenho amigos que deixaram uma ilha portuguesa muito isolada – já são menos 6 habitantes por lá – porque os filhos tinham de continuar estudos mas, como se costuma dizer, “uma andorinha não faz a Primavera”…logo o argumento sujeita-se a ser considerado tendencioso..
1 – Uma questão é o chamado senso-comum (ideias generalizadas a quase todos nós) quando constatamos, e aqui estaremos todos em consonância, que as aldeias estão a desertificar pelo que tem sido afirmado por muitos.
2- Este senso-comum não invalida que se defenda uma outra realidade, a desejável, só que não temos uma organização/consciência cívica/vontade política ou seja lá o que for para mudarmos o estado das coisas: quantos médicos, professores, advogados, empresários, operários especializados arriscariam a mudança radical ? Sem demagogias, eu trocaria de imediato este conforto ocidental por uma opção profissional num país periférico se isso não afectasse terceiros a quem faço falta e que também me são necessários, já o fiz no passado quando tal era possível, viajando com excesso de peso em livros, mesmo que depois constatasse que a alimentação era deficitária(que falta teriam feito uns enchidos nacionais em vez de tanto alimento para o espírito!)…a gratificação surge de outro modo (o "ser" versus o "ter") e sei o que é conviver com o verdadeiro isolamento, pois quando precisava anualmente de “vir” a este nosso jardim, os únicos voos das 3ªs e 5ªs chegavam a ser cancelados 2 semanas a fio.
3 – As cidades – sobretudo nos países que gostaríamos de ver mais desenvolvidos – são igualmente sítios pouco apelativos, o que levará a concluir que “algo está podre no reino da Dinamarca”, não se esgotando o debate na chamada “vida no campo”.
4 – Não há capacidade colectiva ou comunitária para pensar na situação “ao contrário”, criando-se ilhas de conforto de acordo com um pensamento ecológico, locais esses onde possa haver qualidade de vida: fazem-se cálculos para TGVs, novos aeroportos, auto-estradas, mas as acessibilidades em meio rural continuam a deixar muito a desejar, por muito quilómetro de asfalto que se tenham vindo a construir , ainda se demora, em alguns locais, 1h para percorrer um caminho sinuoso de uns 30 Km e isso muitos experimentámos, mesmo que tivesse sido só em férias…( a miúda que vai para a escola galega vive em Montalegre , conheço quem lá tivesse trabalhado no centro de saúde e sei como se tornava complexo o acesso ao local, terá melhorado?).
Não há coragem para se propor diferentes modalidades de racionalidade, mesmo correndo o risco de poder estar eu a entrar no domínio da filosofia.
“A indolência da razão manifesta-se no modo como resiste à mudança das rotinas e como transforma interesses hegemónicos em conhecimentos verdadeiros”.
(foi isto que não terei consegui demonstrar com tanto palavreado e que penso estar sintetizado na obra “Conhecimento Prudente para uma Vida Decente”, organizada por Boaventura Sousa Santos.)
Segue-se um lençol nº 2 (“sorry”, T!) com algumas referências retiradas da imprensa sobre o desaparecimento das escolas, ideia que gerou tanta troca de ideias (em modesta opinião, construtivas).
Do Diário de Notícias (8 de Setembro de 2008)
“No norte de Portugal, passou-se de cerca de três mil e quinhentas escolas básicas do primeiro ciclo em 2000 para menos de metade em 2006/2007 - 1555. E nesta zona é de notar a diminuição, por exemplo, registada em Trás-os-Montes - de 651 para 161 escolas -, uma das regiões mais afectadas pelos critérios apertados que levam ao encerramento de escolas, nomeadamente quando têm menos de dez alunos.
Critérios esses muito criticados por alguns dos mais conceituados especialistas portugueses na área da educação. "Estas medidas aceleram a desertificação das aldeias", garante Rui d'Espiney, Coordenador Nacional do Projecto Escolas Rurais e Director Executivo do Instituto das Comunidades Educativas. "As crianças têm um papel decisivo na construção de cenários alternativos de futuro para as aldeias. Retirá-las das suas terras dificulta esse trabalho", constata o investigador.
O próprio presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, reconheceu na semana passada que a ausência de escolas de qualidade no centro da capital contribui fortemente para a fuga da população para as periferias(…).
Para concluir e pegando numa frase deste post, o facto de se encontrarem 5 crianças do pré-escolar numa única classe, converte-se num benefício que terá certamente reflexos para as crianças, pois encontram-se num meio mais próximo do familiar, o que é importante nestas faixas etárias.
Nos países onde o Estado – providência já morreu (os países escandinavos são o último reduto e os contribuintes sabem realmente para onde vai o seu dinheiro), passou-se a fazer sentir às famílias que se alguém tinha interesse na valorização científica e académica seriam as próprias famílias e não os países propriamente ditos. É por isso que se deixou de falar na escola como valorização e se passou a percepcionar colectivamente uma "escola de incertezas".
É ver as saídas dos jovens licenciados com mérito (em França e Itália chamam-lhes a geração 1000 euros, por cá a coisa fica mais económica) a trabalharem em call centers ou a distribuírem pizzas ao domicílio.
Tudo isto – não sei se as palavras farão sentido a terceiros – para demonstrar que os problemas “estão lá”, mais do a constatação da "cinzenta" realidade, seria necessário que conseguíssemos desconstruir toda esta lógica e que a começássemos a pensar ao contrário.
Obs: gostei da intervenção do João, será que também vou pedir à minha descendência para se pronunciar? É que hoje uma trabalha e outra está no acampamento de escoteiros… mesmo que discordem da mãe, talvez arrisque:)
uma resposta curta de fajão enquanto espero que os sargos que estão a grelhar junto com umas batatinhas numa barca atestadinha de azeite e alho esteja pronto e a ver a neve no cimo da rocha e do cabeço de cebola.
há muito que não ouvia falar do ruy d'espiney, principalmente sem estar associado ao xico rodrigues e ao joão pulido valente. se é que estamos a falar da mesma pessoa.
e, voltando ao tempos da minha adolescência, e colocada a questão apenas assim, continuo a discordar dele.
as crianças, nas terras onde existem, são determinantes para o desenvolvimento da comunidade e para a preservação da cultura e tradições associadas a esse espaço humano.
mas, tal como acho que não é o fecho das escola que determina a desertificação, também não acho que o facto das crianças sairem de manhã para uma carrinha que as leva a uma escola e as faz regressar no final das aulas, altere o que quer que seja no relacionamento dessas crianças com os adultos da aldeia.
e fajão é um bom exemplo disso.
a única diferença é terem deixado de almoçar em casa.
de resto, adicionam ao tempo de aulas que tinham mais meia hora em cada parte do dia.
a continuidade das tradições está assegurada por aí, com o acréscimo de uma convivência muito mais rica com outras crianças de outras aldeias. e num concelho do interior as diferenças entre as aldeias são mínimas.
arriscando ainda o oposto, posso suspeitar (e esperar) que o facto de as pessoas se poderem manter na sua aldeia que alguém assegura a continuidade dos estudos num centro maior, faz com que as famílias por lá (cá) se mantenham.
quanto à filha escoteira... o joão pode dar uma ajuda...
e vou almoçar.
beijos
Ok... bom almoço (a escola fotografada no "post polémico" fechou, mas eram os pais que tinham de pagar a alguém que tomasse conta dos miúdos à hora do "dito", ou seja, do almoço escolar, enfim...).
Quanto aos escoteiros, é mesmo "madureza" irem acampar para a serra com esta chuva:eu já sabia há dias que era para lá, a miúda só terá sabido ontem à noite.
(grande publicidade gastronómica! he... he!)
bjs
Já mais de um vez esteve para entrar nesta interessantissima conversa. Mas faltam-lhe alguns elementos, alguns "dados de terreno" e depois é um dispersivo, não tem qualquer poder de sintese, algum bom senso. Mas vai entrar não pela discussão, mas pela provocação que, desde Fajão, o Carlos acaba de fazer: sargos a grelhar, dentes de alho, batatinhas atestadas de azeite, necessariamente da Serra do Açor, e se bem se lembra é verde escuro, neve no topo dos montes.
Isto não se faz. Porque para além de dispersivo, ele é invejoso.
Já agora diria que ficava bem um tinto "Margaça" de que falaste por aí. Irão dizer-lhe que peixinho é com branco mas ele nunca seguiu regras, apenas o que lhe sabe bem e um tintinho vai bem com tudo. Opinião dele, claro. Mas nunca recusa, pelo meio da manhã , um branquinho e bolinho de bacalhau, como se diz lá para cima.
Agora pede desculpa à Teresa, ao Carlos, aos viajantes do blogue, por desatar a falar deste modo em assuntos sérios, muito sérios mesmo. Mas acenaram-lhe de longe e gosta de corresponder a acenos...
Que o almoço foi bom, ele sabe que foi,agora que a discussão continue...
caro gin,
o vinho não foi da margaça. ainda hoje tenho alguma dificuldade e beber vinho da herdade em que os trabalhadores eram miseravelmente explorados antes de 74 (eu sei que é absurdo, porque os de hoje não têm culpa nenhuma da época do 'três partes para o patrão/uma para quem trabalha/assim se faziam as contas/na herdade da margalha').
foi um quinta da teixeira 1997, de ervedora do douro, com abertura muito prévia. tinto sim.
os vinhos devem ser os que nos apetecem e não o que manda uma qualquer regra.
e claro que esse assunto tem a ver com a desertificação.
uma das coisas que me faz alternar os fins de semana em lisboa e em fajão é o facto de aqui ter o mesmo grau de conforto que tenho em lisboa.
e essa é a questão base.
a aldeia seria o lugar mais especial do mundo se às as pessoas que lá vivem fosse possivel ter os niveis de conforto das cidades.
quanto ao joão demorar 35 minutos de fajão ao huc de coimbra... não lhe conhecia o jacto particular.
eu, a guinchar nas curvas nunca baixei da hora. fazer média de 75km/ na serra do açor já é para quem conhece a alternância das curvas.
teresa,
sei muito bem o que é ter filhos em fins de semana de chuva em acampamentos de escoteiros: a joana saiu de lá há 2 anos (acho) e o joão ainda por lá anda...
tenho muitos anos a virar frangos nessa área.
quanto aos acessos às aldeias, estão incomparavelmente melhores do que eram mesmo há uns 10 anos atrás.
mas voltarei ao assunto, até porque a extremidade esquerda do meu horizonte é a escola que fechou o ano passado. local de previlégio para ir apanhar cerejas um dia destes.
A leitura (obrigatória) torna-se de tal modo cansativa que, de vez em quando, faço um "zapping" pela net (não sei se se diz, mas também não me importo). Ainda corro o risco de levar um puxão de orelhas por parte da sra. professora (joke pois ela não parece ser para essas coisas)...
Gostei do comentário do gin (depois da referência aos sargos etc. e tal...) . Nisso penso serem maiores os consensos:):)mesmo em matéria da não obrigatoriedade do branco a acompanhar pratos de peixe.
Se calhar andamos a "desassossegar" a tradição do "Dias" com estas ideias das desigualdades sociais, mas já percebi que a T. não se zanga:)
Quanto aos escoteiros, lá têm de fazer refeições tipo "ração", para eles não há peixe grelhado ou outras iguarias à altura, mas o seu entusiasmo não tem fim... como nunca pertenci, na família só o meu irmão VV e por pouco tempo, fico curiosa com tamanha satisfação por se andar à chuva lá pelos montes.
a teresa (a patroa) gosta de discussões.
e se já as tivemos bem acesas por aqui...
eu também nunca tinha ninguém em escoteiros até a minha filha lá ter entrado há uns mmm deixa ver... mais de 15 anos. muitos anos foram os dois, hoje é só o joão, embora numa 'fase' diferente, já que não está propriamente num grupo.
mas este blog tem um grupo bastante grande de visitas de antigos e actuais escoteiros dos grupos da aep de queluz, mem martins, sintra, mira sintra, odivelas, damaia (o embaixador do 'dias' no abu dabi), etc.
Só para contestar o comentário, é que nos escoteiros grelha-se peixe, com louro, com alho, com azeite e não estou a falar só de bacalhau.
Grande parte dos que passam pelos escoteiros nas idades das tribos (dos 11 aos 17) aprendem, não só a conhecer o país, passando muitas e muitas vezes por grande parte dessas aldeias que se foram desertificando, mas, também, a fazer grandes refeições nas mesmas, usufruindo das vistas, das paisagens, dos sons das gentes, dos pássaros e, não raras vezes, a dividirem esses mesmos petiscos com os poucos animais que restavam nessas aldeias.
Enquanto escoteiro passei por muitas dessas aldeias da Serra da Freita, Açor, Candeeiros, Estrela, Gerês, Marão, Planicies alentejanas por onde a albufeira da Barragem do Alqueva ajudou a desertificar e a isolar e, não raras vezes só pensei que só passaria por ali por.. passar, de passagem para outro qualquer destino. Porque, cada vez mais, aldeias, lugares, casais e casebres tornaram-se nisso mesmo, ruinas e apenas sítios de passagem...
João Pedro,
obrigada pelo esclarecimento, é que a miúda é novata nestas coisas e ouvi-a a combinar a ementa do fim-de-semana, uma coisa mais virada para as latas (e, no caso dela, uns "tofus" e "seitans"...).
Pelos vistos, essas refeições no acampamento também são memoráveis!O que me está a custar (mãe-galinha bem disfarçada) é uma possível ida aos Pirinéus com 16h de autocarro, mas quanto a isso disfarço estoicamente (espero que ela não se lembre de vir ler os comentários)...
Pirinéus?!?! na Actvidade final de ano?
estamos a falar do grupo 93 de Sintra?
Dependendo das idades, as ementas são feitas (escolhidas) por eles e confeccionadas por eles. A Ideia é que possam aprender, acompanhados pelos adultos, a cozinhar e a aprender por eles mesmos. No caso das latas, tofus, seitãs, sojas e afins, muitas vezes é escolhida por serem ingredientes que aguentam mais tempo fora de um frigorífico e poderem ser confeccionados apenas com um 'campinggaz' no meio 'da serra' ou, na primavera e verão, na fogueira.
No inverno é difícil (por serem acitvidades de fim de semana) arranjar peixe ou carnes frescas, pelo que se recorre a ementas alterntivas.
acrescentando ao meu comentário, eu aprendi a diferença entre cozinhar com refugado numa refeição de campo... e diga-se que sou MUITO avesso a azeite, provoca-me tardes ou noites (dependendo de ser almoço ou jantar) de grande aperto com azia valente.
As minhas primeiras bolonhesas, chilli com carne, feijoadas, por exemplo, foram feitas em actividade... só depois disso me atrevi a experimentar fazer em casa...
Obrigada por tantos esclarecimentos, João Pedro. Estou a ficar formada na matéria, mesmo sem sair de casa. Os tofus e seitãs é mesmo por fazerem parte da ementa habitual, quanto aos Pirinéus (é mesmo o grupo 93), só vão se houver número suficiente de inscritos, pois não faz sentido irem em pequeno grupo já que a iniciativa é ambiciosa.Ainda há pais relutantes, a mim só me incomoda a duração da viagem, tudo o resto contribui para a autonomia, o que é fundamental.Ainda se está à espera para ver quantos serão os interessados. Quanto progressos nos cozinhados, vou ver se cá por casa vejo algumas transformações:)
Teresa, tenho a dizer que este mundo é uma pequeníssima ervilha. Conheço bastante bem esse grupo e os dirigentes adultos que, com os jovens, trabalham. Tenho estado a acompanhar a preparação dessa actividade que, espero e acredito que seja, uma actividade muito boa.
Boa noite,
Como disse o Carlos, e muito bem, também por aqui passam Escoteiros de Sintra :D
Teresa pode ficar descansada que os actuais dirigentes do Grupo 93 são exigentes com a qualidade da comida... quanto mais não seja porque apreciam bons petiscos e sabem que é possível confeccionar uma razoável variedade deles em campo.
Quanto aos Pirinéus, já sabe que todas as dúvidas e receios que existam devem ser comunicados à chefia do Grupo, para que possam ser esclarecidos atempadamente e não inviabilizem a presença de um escoteiro na actividade!
Obrigada por tantos esclarecimentos e, respondendo ao V, no nosso caso familiar temos visto sempre todas as dúvidas esclarecidas, tendo a melhor impressão dos responsáveis, pessoas muito simpáticas, empenhadas e abertas ao diálogo.
Espero que todos os pais tirem as dúvidas para que os miúdos possam beneficiar desta oportunidade excepcional (aliás, todas as actividades têm sido excepcionais, incluindo as realizadas quase "à porta de casa"):)
Olá!
Vim aqui espreitar já depois da actividade de fim de semana e tenho a dizer que se confirma que o grupo 93 é bem exigente com os pitéus! O meu chefe quando tinha aproximadamente a minha idade e estava na patrulha dele chegou, em campo, a caçar codornizes e a cozinhá-las recheadas! E digo mais...daqui a umas semanas teremos um concurso de culinária de campo e vamos tornar a serra num local de verdadeiros gourmets:)
Não tenho qualquer dúvida disso, e só espero que gostes muito desta tua experiência nos escoteiros.
.. e não te assustes com as obras na sede, é pelo bem do Grupo :D
o 93 já está em obras?
finalmente....
teresa, agradeça 'à' v e não 'ao' v . LOL
Pois, parece que em ano de eleições acontecem coisas assim estranhas lá pela sede... como uma vedação e obras na fachada!
pois.... a chefia quer ser chefia outra vez
a chefia do concelho, claro.
há que aproveitar
Antes de dar início a uma maratona de fichas de leitura ("I hope so"...), seguem algumas breves observações:
1)- não posso deixar de sorrir ao ter acompanhado o rumo do debate que, se bem se lembram, teve início com o tema "isolamento das escolas, desertificação & etc.";
2)- as devidas desculpas à V: já espreitei o blog da autora e confirmei a referência do Carlos, riscos inerentes à utilização de "nick";
3)- quanto à "eleitoralite", doença crónica, também pode trazer vantagens e esta (obras na sede) será uma delas, já lá entrei e os escombros prometem grandes melhoramentos;
4)- devíamos criar um "sub blog" designado por : "Dias que voam ao ar livre" loololol
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