25 de outubro de 2011
O mundo perfeito dos postais ilustrados
A ingenuidade de um postal de 1940 faz sorrir quando nos lembramos das traquinices da infância a situarem-se nos antípodas de meninos exemplares, irrepreensivelmente trajados. Na minha rua, quase sem trânsito, crescemos a fazer bolos de lama, a subir às árvores e a andar de carrinho de rolamentos, já que a vizinhança infantil era quase toda masculina. Havia que aderir às propostas de jogos e passatempos a fim de não se ficar a um canto, vendo os outros a divertirem-se. Brincávamos ainda às batalhas medievais: o Luís e o Manuel tinham uma corneta que diziam convictamente ter pertencido ao nosso primeiro rei. Tratava-se de uma imitação fantasiosa dessas da Idade Média que, nos filmes, dão início ao princípio das contendas, embora o som fosse o de uma cana rachada... Felizmente, nunca houve feridos graves.
Postal: prof2000
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2 comentários:
Ao ver a imagem e ao ler o seu post, lembrei-,me da professora Lepecki. Um dia ela falou dos choques culturais que que foi sentindo ao longo da vida em Portugal e um deles foi o de ver as crianças tão arrumadinhas como as da foto. "O meu filho não. Sempre com calça velha para poder sujar e estragar no jardim [ela disse o nome, mas não me lembro], enquanto pulava árvores."
E hoje me dia passa-se mais ou menos o mesmo. Nos meios grandes é perigoso. Nos pequenos é menos, mas também é perigoso. E onde não é... os miúdos fecham-se em casa a ver certas frutas açucaradas e a criar perfis em sites que deviam estar bloqueados em casas com crianças...
Quantao à indumentária... saias "micro-curtas", cós das calças no lugar dos fundilhos, and so on and so on...
:s
... Mas a professora vivia em Lisboa e aí a realidade é diversa. Penso que em meios pequenos ainda se pode andar um pouco ao ar livre e de roupa velha, para se poder correr e brincar, Luísa.
Apesar de tudo, há mais medos e mais miúdos sendentários, é certo, embora como comenta, algumas situações arriscadas podem mesmo passar-se dentro de casa (também ao computador) quando entregues a si próprios.
Quanto às indumentárias, isso daria uma obra de vários volumes :)
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