26 de fevereiro de 2010

queluz, a alameda e o seu futuro pouco risonho

confesso que passear por queluz me é quase doloroso.
ao contrário dos que defendem que não devemos voltar aos locais onde fomos felizes, eu acho que são precisamente a esses que devemos voltar, porque àqueles onde fui infeliz não tenho muita vontade de regressar.
no entanto, regressar a queluz é algo que não recomendo nem a mim próprio.
queluz está degradado, sujo e desordenado.
a sua pequena zona histórica tem sido sistematicamente destruída para nela construírem espécimes que são absurdamente feios que custa a crer que esta destruição não seja uma coisa pensada e sistematizada.
é feio demais para ser produzida ao acaso...

queluz tem poucas zonas que possam e devam ser preservadas.
depois da destruição do conjunto de apetecíveis vivendas da antónio enes durante os anos 60, veio a destruição das pequenas moradias do lado esquerdo da miguel bombarda nos anos 70, e por aí adiante até aos completo caos e exemplo do que não se deve fazer a uma terra, que é queluz hoje.

a alameda conde almeida araújo, como se chama ao que em tempos era conhecido apenas pelo 'parque', e que continha no seu topo norte o parque infantil e no topo sul o palacete do visconde almeida garrett, era ladeado quer do lado nascente, quer do poente, por um conjunto de vivendas intervaladas com pequenos prédios de 2 pisos, o cinema, um clube desportivo (a sede da casa do belenenses de queluz, e uma vila ao estilo das vilas operárias de lisboa.
uma dessas casas era a de stuart carvalhais que já aqui falei algumas vezes, hoje destruída para construção de mais uma coisa amorfa com indicação de tentar imitar alguns traços da casa antiga (pelo menos a avaliar pelo formato alto e estreito da porta de entrada).
pouco resta dessas casas. muito pouco.

antes que desapareçam para sempre, aqui ficam os registos de alguns defuntos ao jeito de necrologia anunciada:


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