8 de janeiro de 2010
A ESTRADA QUE NÃO FOI SEGUIDA
"Duas estradas separavam-se num bosque amarelo,
Que pena não poder seguir por ambas
Numa só viagem: muito tempo fiquei
Mirando uma até onde enxergava
Quando se perdia entre os arbustos;
Depois tomei a outra, igualmente bela,
E que teria talvez maior apelo,
Pois era relvada e fora de uso;
Embora, na verdade, o trânsito
As tivesse gasto quase o mesmo,
E nessa manhã nas duas houvesse
Folhas que os passos não enegreceram.
Oh, reservei a primeira para outro dia!
Mas sabendo como caminhos sucedem a caminhos,
E duvidava se alguma vez lá voltaria.
É como um suspiro que conto isto,
Tanto, tanto tempo já passado:
Duas estradas separavam-se num bosque e eu -
Eu segui pela menos viajada,
E isso fez a diferença toda."
Robert Frost, Tradução de José Alberto Oliveira em "Rosa do Mundo", Assirio e Alvim
Fotograma de "Tempos Modernos", Charles Chaplin, 1936
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3 comentários:
Caro Gin,
Frost, de produção literária variada e abundante, entre sonetos, poemas dialogantes,uns curtos, outros longos, tem neste poema uma peça obrigatória em qualquer antologia poética de língua inglesa (e não só).
Penso que, numa clareza admirável, faz nele, uma autocrítica
reflectindo sobre a vida de alguma forma infeliz que teve.
Gostei da foto, pois inscreve-se muito bem! Charlie Chaplin, que foi um homem que teve também de optar por 'estradas'... muito embora muita gente pense que foi apenas um grande cómico!
Um abraço
César
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Frost
Infelizmente, Robert Prost, é uma das suas muitas e várias lacunas. O inglês de shipping que possui não dá para Robert Prost. Mas gosta imenso deste poema e também de Chaplin. Tem esta imagem como uma das mais belas imagens do cinema - e elas são tantas. Paulette Goddar, belissima Paulette Goddar, e Chaplin na estrada que foi seguida. Mas Chaplin, que tão bem escolhia as estradas, bem escusava, quase em fim de vida, de ir ao beija mão que Hollywood lhe estendeu. Outras histórias...
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