“Canto Jovem”
Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegámos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara
Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida pela noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa moira encantada
Vira a proa da minha barca
José Afonso em “Cantares”
Há 80 anos nascia, em Aveiro José Afonso. Deixou-nos em 23 de Fevereiro de 1987.
Foi o primeiro livro de José Afonso que comprou, uma edição de 1968 da “Nova Realidade”. Para estes “Cantares” José Afonso deixou algumas notas. Esta refere-se ao “Canto Jovem”: “Para ser cantado pelos estudantes universitários que o autor conheceu numa digressão para que foi convidado. Destina-se a ser interpretado como música coral por duzentos figurantes de ambos os sexos e de todas as proveniências e condições.”
Com o nome de “Canto Moço” aparecerá no LP “Traz Outro Amigo Também” STAT 05 da “Orfeu”, 1970.
1 comentário:
Não me diga nada!... faria 80 anos!
É extraordinário como o tempo passa,... e parece impossível o pouco que se tem aprendido(...)
A prova, é a actualidade dos seus cantares, das suas baladas e imparcialidade, parecendo que não!
Afinal, está vivo... pois só morremos quando a missão estiver cumprida!... e há sempre tanto por fazer(...)
E... tragam mais amigos, também!...
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