17 de julho de 2009

COISAS DO SÓTÃO

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No interior do “Relógio de Cuco”, de que, atrás, transcreveu o começo, encontrou a folhinha que acima se pode ver. A reprodução não será a melhor mas ele transcreve:


“Palmela, 24 de Junho de 1997
Prezado assinante 84
Junto vai mais uma edição. O Virgílio Martinho faleceu e a obra que deixou publicada não tem tido (por razões que seria demorado explicar, enumerar ao menos) a projecção que, julgo merecia. Outrossim, n m/ carreira de editor, não ter lançado uma obra do Virgílio era uma mágoa. Fico contente com esta edição. Custa, querendo retribuir, mil escudos. A enviar para mim, Contaponto, Apartado 120 2950 Palmela.
Obrigado.
Luiz Pacheco.

Luis Pacheco, falecido o ano passado, para além de excelente escritor, polemista feroz, puro veneno, também foi editor, a faceta de que mais gostava. A ele se deve a revelação de nomes como Mário Cesariny de Vasconcelos, Natália Correia, Herberto Hélder. Era um descobridor de talentos. Com uma critica publicada no “Diário Popular”, ainda o livro não tinha saído, dá o pontapé de saída para o êxito de “O Que Diz Molero” de Dinis Machado.
Nos últimos tempos a “Contaponto” funcionava assim: estribada no seu ficheiro, enviava os livros aos assinantes, uma confiança ilimitada entre editor e leitor, um amor aos livros que o levavam a borrifar-se se os assinantes, enviavam ou não, os mil paus. Claro que os que não pagavam, nem devolviam o livro, entravam na lista negra e não recebiam mais livros.
O “Relógio de Cuco” de Virgilio Martinho foi editado em Junho de 1997 com uma tiragem de 1.000 exemplares

5 comentários:

César Ramos disse...

(...) estou a ficar
um 'vidrinho'!... estas conversas comovem e pergunto-me: por onde andei distraído para não fazer parte do 'mailing' do Pacheco?

Fiquei a "dever-lhe" tudo!!...

Claro! Ocupado com a parte profana do mundo... o tal mundo das horas atrasadas,... sempre!... nada a fazer!...

Só aprender a ficar mais atento...

Paz profunda para ambos.

T disse...

Mexi um bocadinho na imagem Gin, para se ler melhor. :)

gin-tonic disse...

Andou por aí e só agora viu que o "mexer um bocadinho na iamagem" a tornou como está no original.
Obrigado pela ajuda.

T disse...

De nada:)

gin-tonic disse...

Nos livros que o Luiz Pacheco comseguia colocar nas livrarias, nem todas lhe aceitavam os livros, metia dentro um postal, que nem precisava de selo, em que nos convidava a fazer a inscrição para passar a receber as novidades da "Contraponto". Foi assim que passou a receber os livros que o Luiz Pacheco ia editando.
Porque foi uma experiência muito bonita, ai ao sótão buscar um desses postais para o colocar por aqui.
Pequenos detalhes de um tempo com gente que gostava mesmo de livros