12 de abril de 2009
SÍTIOS POR ONDE ELE ANDOU
Domingo de Páscoa.
Como não é de igrejas, nem latinórios, para ele não é o fim da abstinência, do luto, mas, vá lá saber-se porquê, gosta do ritual da Páscoa: cabritinho assado, batatinhas, arroz de forno, chocolates, amêndoas, padrinhos, afilhados, os Sr. Prior alambazando-se com pão-de-ló e Vinho do Porto.
Pela Páscoa tem o hábito de sair, lançar-se por aí… a ver…
Mas as mudanças de atitudes face à religião, têm vindo a colocar a Páscoa fora de tradições, fora daquele tempo de comunhão intensa com Cristo Hoje, estes dias, apesar de todas as crises, são mais para umas pequenas férias no Algarve, na Madeira, na América Latina, do que ir à terra assistir ao compasso que, cada vez mais, enfrenta dificuldades várias para que sejam realizados: falta de padres, falta de gente para o acompanha, falta de músicos…. Falta de fé?
Na Páscoa passada causou algum escândalo que, na Assembleia da República, numa quarta-feira de votações, não existir quorum. Dos 230 deputados só 110 estavam na sala, os outros já tinham zarpado para os seus destinos de lazer pascal…
Também lhe dizem, que alguns católicos se afastaram do ritual do compasso, porque alguns padres, velhos padres do norte do país principalmente, recusam-se a visitar casas onde as pessoas vivam amancebadas…
Disseram-lhe que a Festa da Páscoa era bonita em Constância e ele, há uns três anos, foi lá. E gostou mesmo.
A Constância chamam a vila poema e aconselham a que não se vá com pressas.
Quando o Tejo e o Zêzere se encontram, Constância assiste a esse casamento, e pela Páscoa faz gala e as margens enchem-se de gente, um bucolismo a lembrar piqueniques de Cesário, ramalhetes rubros de papoilas, chilrear de pássaros, mimosas e acácias em flor, uma enorme Aleluia pela Primavera. Dirá, então, que Constância é um lugar mágico a que não se pode ficar indiferente Por ali viveu Luís de Camões e, entre outros, também Alexandre O’ Neill se enfeitiçou e aí viveu. À Biblioteca Municipal deram o seu nome.
O ponto alto da Festa da Páscoa é a procissão fluvial na segunda-feira de pascoela. Os barcos embandeiram-se e transportam as imagens religiosas. O povo nas margens, assiste, há uma atmosfera tal mas o seu português medíocre, não consegue dar uma ideia, pálida que seja. A fotografia quase mostra esse ar de festa…
Os habitantes de Constância orgulham-se dos seus órgãos de Poder Local que têm conseguido, a pouco e pouco, fazer um trabalho meritório. Respira-se asseio, leveza, simplicidade. Mas como nada é perfeito, a fábrica de celulose coloca um ponto negro na paisagem, no gosto do viver das gentes. Barquinho engalanado no meio do rio com a celulose ao fundo. Mas, dizem, tem que ser… coisas da economia… Mas não poderia ser em outro local? Ouve-se um “talvez”, mas assim dito sem uma grande convicção…
A Constância ficou de voltar, mas ainda não cumpriu.
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1 comentário:
Festa da Nossa Senhora da Boa Viagem
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