6 de abril de 2009

CAMINHADA PARA ABRIL

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6 de Abril de 1974

Festival da Eurovisão, realizado em Brighton no Reino Unido, ganho pelos “Abba” com “Waterloo”.
Em último lugar ficou o representante português Paulo de Carvalho com “E Depois do Adeus”, música e letra de José Niza, com apenas três votos: o costumado voto de Espanha e dois da Suiça.
Canção inócua que era, foi escolhida como primeira senha para o arranque do 25 de Abril. O começo do adeus a um regime opressivo, caquético.
Como a canção faz parte da história desta caminhada, que fiquem os versos…

“Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu viste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.”

6 comentários:

teresa disse...

gin,
será inócua - no que concordo - mas difícil de interpretar. Quando se completaram os 20 anos do 25 de Abril, a minha filha mais velha foi com os jovens da escola acompanhar o coro do grémio literário à antiga FIL onde se encontrava o cantor. Segundo me contou, o intérprete, durante os ensaios, já começava a acusar algum cansaço com a dificuldade revelada pela miudagem em "afinar sem esganiçar". Quanto à "Grândola vila morena", o caso será diferente em termos da actualidade de que ainda se reveste (deveria constituir lição para quem se recusa a dar-lhe importância pragmática).

Luís Bonifácio disse...

"E depois do Adeus" é pura e simplesmente uma grande música.
Para mim é a única onde gosto de ouvir o Paulo de Carvalho. Cantor que sempre se viu maior do que aquilo que alguma vez foi.

gin-tonic disse...

Inócua, lido agora, está muito mal colocado. O que se pretendia dizer é que a canção não levantava suspeitas à censura. Os apresentadores de programas de rádio daquele tempo tinham de apresentar previamente as canções que iam transmitir. Existiam nas estações longas listas de canções proibidas. João Paulo Dinis, que pôs a canção a rodar na noite de 24de Abril disse aos capitães que a mesma não oferecia qualquer entrave.
Até é uma canção interessante e a sua classificação no festival da Eurovisão tem mais a ver com quastões políticas do que outras. Consultando os jornais da época fica-se a saber que a interpretação de Paulo de Carvalho foi muito boa e, depois da de Olivia Newtom Joihn que jogava em casa, a mais aplaudida no auditório de Brighton.
Paulo de Carvalho é um bom intérprete e é vitima apenas de si próprio, pela dispersão de géneros, musicais e políticos, em que se envolveu...

Unknown disse...

Para onde foi o 25 de Abril?
Parece que se esvaiu... esvaziou-se...

VAP disse...

E 35 anos se passaram, depois do Adeus!
OLá Abril barra 74!

erre disse...

Adoro esta música, acho a sua letra fantástica! Nada inócua...
:)