17 de novembro de 2008
a simplicidade e a paixão como modelo
este filme devia ser obrigatório para todos os professores.
é um filme que podia ter sido filmado em fajão, se a escola não tivesse fechado este ano.
nicolas phillibert faz com este 'ser e ter' um dos filmes mais deliciosos dos útimos anos.
filmado numa pequena aldeia do aubergne com um professor no seu último ano de ensino, mas com a mesma paixão e entrega da primeira vez.
com sol, calor, frio, chuva, neve. e crianças.
filmado durante um ano lectivo inteiro, enquanto as aulas decorrem e em casa de alguns alunos. nos seus dois ambientes de aprendizagem: o escolar e o familiar (e ainda o do recreio)
este filme é verdadeiramente complexo na sua imensa simplicidade.
é uma lição do que deve ser a entrega, dedicação e paixão de ensinar. como se fosse a coisa mais natural do mundo.
sim, este filme devia ser obrigatório.
e não só para os professores.
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7 comentários:
Hei-de ver. Já está na minha lista.
Também fiquei com vontade de ver este filme.
Obrigada!
Carlos,
Tenho este filme e, aliás, já o passei em sala de aula para um posterior trabalho com os alunos.
Aliás, fiquei com a sensação de que se trata mesmo de um documentário com um professor "real" já perto da reforma e alunos de diversas idades e que constituíam um pequeno grupo. Por cá, uma escola com tão reduzido número de crianças e jovens já teria sido encerrada.
Fiquei sensibilizada com o envolvimento das famílias - gente que trabalhava duro na terra - no apoio que dava aos seus mais novos na realização dos trabalhos de casa.
é realmente um documentário.
o professor chama-se realmente george lopez, filho de imigrantes espanhóis (galegos, creio) a primeira geração francesa da família e que fala (na entrevista que existe nos extras do filme) sobre essa condição e a vida dos pais.
a escola foi escolhida depois do realizador ter estudados mais de 300 escolas por toda a frança.
o filme é completamente um documentário.
a pequenas partes trabalhadas estão identificadas pelo realizador nos extras.
ate ao ano passado aquilo podia ser a escola de fajão, que tinha muito menos alunos. uns 6 creio.
também no conjunto de todos os anos.
mas infelizmente a professora, não sendo má, não era como este.
talvez por isso este foi escolhido.
um final de carreira brilhante
... e antes de "desligar" recordo professores que até ao último ano da sua actividade mantiveram uma energia admirável, nunca tendo desinvestido da sua nobre tarefa. Recordo uma professora de Inglês que encontrei há pouco tempo atrás. Fiquei surpreendida quando, uns dias mais tarde, me mostrou fotografias de uma excelente peça de teatro (adaptação de um texto de Dickens) que organizou com os seus alunos no próprio ano em que se reformou.
Estagiei durante uma semana na escola de Fajão e eram 4 alunos! 4 alunos com uma professora triste e conformada... Com uma professora que queria tudo menos estar ali...
A minha semana fez parte do último ano deles, do último ano em que a escola esteve no activo.
Ainda fui a tempo!
Quanto ao filme, vi umas 3 vezes, tendo sido uma delas na faculdade...
eu vi a primeira vez em fajão.
no inverno.
no drive-in...
(ou no galinheiro do sótão, como lhe queiram chamar).
se olhasse um pouco para a minha esquerda podia ver a escola.
é um filme mágico
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