Como é habito dizer, quem nasce em Lisboa não tem terra. Sempre foi um nostálgico do “ir à Terra”. Tanto na tropa, como enquanto trabalhava, sempre lhe soou bem ouvir dizer “ vou passar o Natal à terra”, E pensava em como eram felizes os que podem dar um salto à terra, respirar o ar antigo, o frio diferente, o crepitar da lenha na lareira e depois voltar carregado de couves, batatas, alhos, cebolas, chouriças, um naco de presunto, um raminho de louro. Admitir mesmo que os rituais do Natal só o serão realmente “na terra”, onde toda a família se reúne, vinda de longe.
É disto que se lembra quando olha este pedaço de terra onde recentemente foram plantadas couves, provavelmente por um qualquer nostálgico da terra que tem longe. E porque Setembro está no seu findar, estas serão as couves que, pelo Natal, já bem crescidas, subirão à mesa a acompanhar o bacalhau..
Texto e imagem de Gin-Tonic
1 comentário:
Milagre.
As hortas de Lisboa foram substituídas por cimento que é mais rentável.
Enviar um comentário