20 de fevereiro de 2008

o que deus une o homem não pode separar,

excepto se for para pagar menos impostos.

ou dito de outro modo:
o que deus une, não interessa a ninguém

de acordo com o site 'fátima missionária', citando o 'público' (há outros menos religiosos, mas eu gosto de me socorrer de fontes santas) a religiosíssima associação portuguesa das famílias numerosas decidiu enviar uma 'carta aberta aos líderes religiosos a pedir o fim da equiparação do casamento religioso ao civil'.
depois de o governo ter anunciado, para enorme gáudio das diferentes instituições religiosas, que pretende, até ao fim da actual legislatura enquadrar a legislação referente aos casamentos na 'lei da liberdade religiosa' e tornar como equiparáveis os casamentos religiosos aos civis, dispensando portanto a formalidade civil para quem o faça religiosamente, vem agora esta prática associação defender que os casamentos religiosos são assim uma espécie de festa para tirar umas fotos e mostrar as caras ao padre da freguesia, porque o que eles querem mesmo é ter um bilhete de identidade onde diga que o estado civil é solteiro para terem mais abonos de família e pagarem menos impostos.


a questão de a lei proteger alguém que tem que educar filhos sózinho (que deve ser, naturalmente, mais difícil), ou mesmo não tendo filhos tem que sustentar uma casa sem ajuda do cônjuge, é uma coisa que a estas solidárias e cristãs almas não interessa. o que importa mesmo é que se alguém no mundo paga menos impostos, eles têm que pagar menos também. nem que para isso tenham que viver em 'união de facto' perante a lei.
ou mesmo que para isso tenham que passar a defender que ' o que deus une, não interessa a ninguém'.

(os líderes religiosos, para os quais a 'apfn' enviou a carta aberta, acharam que ou a associação andava a comer elásticos, ou tinham que passar a beber com moderação..)

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