o nome carranca acompanha a minha vida desde que eu me lembro dela (da minha vida).
quando era muito puto as viagens para fajão começavam num comboio de queluz para o cacém, onde apanhava a linha do oeste numa viagem de noite inteira até coimbra e novo comboio a atravessar a cidade, até chegar à lousã onde paravamos na pensão carranca à espera da camioneta que subia a serra até à catraia do rolão, onde o zé maria nos ia buscar de carro de aluguer pelos últimos 15 quilómetros de estrada de 'borralho'.
seguramente demorava 24 horas nisto.
não sei se o carranca da pensão era o mesmo que por aqueles tempos percorria a serra (e seguramente o país todo) a vender o seu licor beirão.
carranca é um apelido comum nas terras da lousã.
o que sei é que um dia o senhor carranca redondo foi a fajão e lá deixou um cartaz que durante imensos anos eu vi pendurado no café/posto de telefones/mercearia da terra.
a casa mudou de donos mas sempre lá ficou.
até que a semana passada, perante o meu entusiasmo e admiração por o ver fora da parede, a actual proprietária mo deu, admirada por tão grande satisfação da minha parte.
mas, de facto, saí dali como um puto a quem tinham dado um enorme brinquedo novo.
lavado e recuperada a pintura, ela lá está na que era a casa do ti-capitão ao tempo em que o cartaz chegou a fajão.
e fica lindamente :)
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