18 de novembro de 2007

Multas

Vim trabalhar, como faço todos os domingos (a referência ao dia da semana é uma tentativa de gerar compaixão nos leitores deste post pelo trabalho em dia divino, dia de descanso...). Estacionei o carro no parque destinado à empresa em que laboro, entre outros dias, aos domingos (ora... aqui só escrevi novamente domingo para o caso de alguém não ter ficado solidário comigo na referência anterior). Coloquei lá o cartão que me identifica como trabalhador, também domingueiro (terceira referência... inteligente, não?), da referida empresa que, por acaso, não referi.
Até aqui... um domingo (quarta...) normal.
Vai daí que uma colega, que também trabalha ao domingo (somos mais... mas isso não retira uma lágrima ao pesadelo), resolve chamar a polícia e mandar rebocar o meu carro. Tudo porque não viu o cartão. Só que, já o carro ia no ar e alguém (outro colega... de domingo) reparou que o cartão afinal estava lá e que aquele carro não era para ser rebocado.
Ela telefona para a minha sala e pede para falar comigo.
- Ah coiso sou a não sei quantas e mandei-lhe rebocar o carro mas afinal está lá o cartão. Pode vir aqui?
- Ah pois - disse eu, entusiasmado.
Dois polícias e ela.
- Não vi e assim o cartão e coiso olhe não sei porque isto... pronto eu não vi o cartão e está escuro e etc.
- Mas o cartão está lá - observei serenamente.
- Lá o reboque não paga mas a multa vai ter ser paga porque já a escrevemos - disse um dos polícias.
- Eu cá não pago que o carro estava bem estacionado.
- Pois... Mas eu não vi o cartão... mas eu pago... o erro foi meu.
E o carro de rodinhas no ar, junto a uma paragem de autocarro...
- Então paga com multibanco? - inquiriu o polícia.
- Não tenho aqui multibanco. Nem dinheiro.
- Se não paga tenho de levar o carro deste senhor?
- Desculpe lá... Então eu estava bem estacionado e agora levam-me o carro? - disse eu, meio confundido.
- Mas se a senhora não tem dinheiro... Desde que a multa não seja paga o carro vai para o parque.
- Eu posso é ir a casa buscar... Demoro um quarto de hora.
- Então mas vai a casa buscar... Eu já devia ter saído de serviço e ainda tenho de esperar? Não tem quem lhe empreste?
- Acha que vou pedir dinheiro?
Quase uma hora depois e eu ali... Rindo por dentro e sorrindo por fora.
- Está bem... Vá lá. - conformou-se o polícia.
...
Uma hora e um quarto depois...

- Ai tanto trânsito...
- Olhe, afinal, paga também o reboque. O meu chefe mandou...
- Já calculava... Estão aqui 110 euros.
Lá começaram a preencher os papéis...
- Olhe... pode baixar o carrito para eu o ir estacionar de novo?
- Ah sim... Claro....
- Desculpe lá isto tudo... - disse ela.
- Tá tá...

Que bom que é trabalhar aos domingos (ai...)!

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