no dia 12 de janeiro deste ano, um dos mais famosos violinistas mundiais tocou o seu stradivarius de 1713, avaliado em 3,5 milhões de dólares, durante 45 minutos na estação de metro de l'enfant plaza, na cidade de washington, dc.
joshua bell começou o seu concerto com a "chaconne" da partita nº2 em ré menor, de johann sebastian bach.
esta experiência, feita em colaboração com o jornal washington post mostrou que:
1097 passaram por ele durante esses 45 minutos.
apenas 7 pessoas pararam para o escutar durante pelo menos 1 minuto e apenas uma pessoa o reconheceu
recolheu 32,17 dólares, mais 20 dólares da pessoa que o reconheceu.
3 dias antes tinha dado um concerto, na mesma cidade, com bilhetes a 100 dólares.
o que esta experiência queria verificar era se o facto de depararmos com uma coisa excepcionalmente bela num local inesperado e absolutamente normal a tornava... absolutamente banal.
o resultava parece ter sido óbvio.
aqui vai a notícia da buzz tv (dos nossos amigos da technorati, que costumam estar no lado esquerdo da nossa casa a indicar tags):
joshua bell @ buzz tv
e o video da performance única de joshua bell na estação de l'enfant plaza:
joshua bell na l'enfant plaza
nem tudo terá sido mau.
se alguns soubessem que estava ali um violino com aquele valor, seguramente não saía dali nas mesmas mãos com que tinha entrado.
como acontece sempre nestas alturas em que alguém quer fazer uma experiência deste tipo, muitas pessoas foram inquiridas à saida da estação para darem o seu número de telefone porque estavam a fazer um artigo para um jornal e queriam fazer uma pergunta ao fim do dia, para não fazer perder tempo.
das mais de 40 pessoas a quem foi perguntado no final do dia se tinham notado algum de anormal na sua ida para o trabalho, apenas uma mencionou o 'violinista'.
- estava um músico a tocar no cima das escadas da l'enfant plaza', disse.
- já alguma vez lá tinha visto músicos?, perguntou o jornalista.
- não como este !, respondeu o passageiro, john picarello.
- o que quer dizer com isso?
- este era uma violinista soberbo. nunca tinha ouvido nenhum deste calibre. era tecnicamente profícuo, com um fraseado muito bom. tinha um excelente violino, com um som cheio e e perfeito. afastei-me um pouco para o ouvir, não queria ser intrusivo.
- a sério?, perguntou o jornalista
- sério. foi uma experiência única. uma forma de começar o dia absolutante incrível.
john picarello não reconheu joshua bell, apenas lhe reconheceu as qualidades únicas.
afinal nem tudo está perdido.
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