Sim, eu sei que agora vão todos cascar no Carmona Rodrigues, que está agarrado ao lugar & etc.
Não sou dessa opinião.
Vejo um homem que, em determinada altura, sentiu que podia ser útil à cidade. Depressa se viu nele a vontade de fazer coisas e a clássica falta de jeito político que os pulhas profissionais de fatinho escuro e sorriso néscio ao canto da boca adoram vilipendiar. Obviamente, lixaram-no. Primeiro foi o oleoso que chegou a primeiro ministro, que o tratou abaixo de cão, e agora os outros todos, que acorreram ao cheiro a sangue, e porque queimá-lo na Praça do Município com requintes inquisitórios e a venta arrebitada com ares de seriedade impoluta é bom para chupar votos à populaça ignara.
E, de repente, uma surpresa: o homem, em vez de se ir embora pela porta das traseiras e a espinha dobrada, olhou em frente e, com firmeza na voz, disse que ficava para cumprir o mandato que lhe foi dado pelo voto popular e que se danassem os politiquinhos. Depois do telejornal, o politiquinho-chefe de serviço, que pensava que mandava o homem embora com duas bocas entre o café e o conhaque, até tinha a voz a tremer para tentar justificar-se perante tamanho despautério. E foi curioso ver as reacções dos restantes amanuenses, todos circunspectos na sua gravidade de cartolina, a dizer que sim com as suas cabecinhas de cães, daqueles made in China que se viam antigamente na chapeleira dos automóveis.
É claro que foi uma atitude quixotesca. Amanhã, por estas horas, os vereadores do PSD já terão ido comer à mão do dono, deixando Carmona Rodrigues sozinho na varanda da Câmara Municipal. Nessa altura ele provavelmente descerá a escadaria e sairá pela porta da frente.
É importante saber que ainda há homens livres.
Não sou dessa opinião.
Vejo um homem que, em determinada altura, sentiu que podia ser útil à cidade. Depressa se viu nele a vontade de fazer coisas e a clássica falta de jeito político que os pulhas profissionais de fatinho escuro e sorriso néscio ao canto da boca adoram vilipendiar. Obviamente, lixaram-no. Primeiro foi o oleoso que chegou a primeiro ministro, que o tratou abaixo de cão, e agora os outros todos, que acorreram ao cheiro a sangue, e porque queimá-lo na Praça do Município com requintes inquisitórios e a venta arrebitada com ares de seriedade impoluta é bom para chupar votos à populaça ignara.
E, de repente, uma surpresa: o homem, em vez de se ir embora pela porta das traseiras e a espinha dobrada, olhou em frente e, com firmeza na voz, disse que ficava para cumprir o mandato que lhe foi dado pelo voto popular e que se danassem os politiquinhos. Depois do telejornal, o politiquinho-chefe de serviço, que pensava que mandava o homem embora com duas bocas entre o café e o conhaque, até tinha a voz a tremer para tentar justificar-se perante tamanho despautério. E foi curioso ver as reacções dos restantes amanuenses, todos circunspectos na sua gravidade de cartolina, a dizer que sim com as suas cabecinhas de cães, daqueles made in China que se viam antigamente na chapeleira dos automóveis.
É claro que foi uma atitude quixotesca. Amanhã, por estas horas, os vereadores do PSD já terão ido comer à mão do dono, deixando Carmona Rodrigues sozinho na varanda da Câmara Municipal. Nessa altura ele provavelmente descerá a escadaria e sairá pela porta da frente.
É importante saber que ainda há homens livres.
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