ontem jantei com um amigo.
falavamos da morte do cesariny
falavamos da falta de assunção das ideias.
do medo de chamar as coisas pelos seus nomes e de assumir o que pensamos.
ele, um antigo 'situacionista', filho ou neto dos dadaístas e dos surrealistas, falava das guerras ideologicas com os marxistas e dos locais onde nos cruzamos há umas dezenas de anos e em que ideologicamente nos combatíamos.
e voltamos a repetir a discusssão a propósito do último grande 'combate' entre os marxistas e os situacionistas, no maio de 68.
falava ele das aulas que hoje estava a dar com base dos textos do vaneigem e da completa surpresa dos putos de hoje sobre aquela forma de abordar a criação artística.
discutíamos o que hoje se fala de marx ou de engels sem se saber uma linha do que eles escreveram (tem-se uma vaga ideia que escreveram umas coisas sobre 'comunismo').
a total vacuidade de pensamento que hoje domina a sociedade.
o medo do afrontamento. a necessidade de permanente de encontrar consensos estéreis. a confusão entre combate de ideias e lutas pessoais.
e, como as conversas que gosto, e que parecem um entroncamento ferroviário onde as linhas de cruzam e se separam e voltam a encontrar para depois se separarem,
foi bom voltar a discutir por ideias assim.
ontem, por causa do cesariny, tive um jantar muito bom
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