Esperei que ficasse noite. Por volta da meia-noite resolvi subir até ao parapeito. A janela estava entreaberta. Entrei. O quarto estava vazio e nem sinais da vizinha nem do gato. Devagar, fui-me aproximando da porta e encostei-lhe o ouvido: silêncio, tudo sossegado. Olhei à volta, o candeeiro da mesa de cabeceira estava aceso, a cama feita de colcha enrugada a um canto, umas cuecas vermelhas no chão, um poster com a imagem do incrível Hulk preprando-se para defrontar o Julio Iglésias.
Voltei à janela.Olhei. Lá em baixo, não se via ninguém. O caixote do lixo estava tal como o tinha deixado nessa tarde.
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