17 de fevereiro de 2006

johnny cash ou de como nem tudo o que é mau é sempre mau, nem tudo o que é sublime se repete muitas vezes

o meu primeiro contacto com o johnny cash foi igual ao de muita gente (dos que eu conheço): o live at san quentin, de 1969.
'a boy named sue' era um clássico para a história da musica popular.


eu sempre odiei a música country.
com as notáveis execpções daqueles que sendo catalogáveis dentro dela e eu acho excepcionais.

com johnny cash eu tinha aquela relação estranha do estilo: mas porque raio de carga de água um gajo com uma voz notável canta tanta merda?
tinha no entanto a enorme vantagem de não usar a estética country das tiras e lantejoulas e vestir sempre de preto, para honrar o seu nickname de 'man in black'.
igualmente o seu estilo de tocar era muito influenciado pelos blues (segundo o próprio cash, foi determinante para a sua forma de tocar e cantar ter escutado como o faziam pink anderson, esse mesmo (!!!) o que ajudou a nomear os pink floyd, e a cantora de gospel sister rosetta thorpe).

regressei ao johnny cash no final dos anos 90 com a sua trilogia dos american recordings (assim conhecidos por terem saído sob a etiqueta da editora com o mesmo nome, famosa entre os amantes da hip-pop e do hard rock).
depois de uma viragem da sua carreira no começo dos 90's com a participação no álbum zooropa dos u2, o cash não só ganhou o reconhecimento de uma geração que nunca tinha ouvido falar dele, como soube corresponder plenamente às expectativas criadas.
passa a ser cantado por gente tão diversa como tom waits, bob dylan, bono, danzig...

com uma simplicidade notável, estes 3 discos bastariam para o colocar no olimpo dos músicos de excelência.
tem, no conjunto da trilogia um naipe de canções que vão desde as suas, até beck, soundgarden (!!!), tom petty, u2...
e o terceiro da série,
este disco
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é um dos melhores discos de sempre da história da musica popular.

dele disse bob dylan que era como uma estrela polar para os músicos: bastava seguir-lhe o rasto que iam bem; bono achava que ao pé dele todos os músicos eram homens vulgares, bruce afirmava ser ele o homem que trouxe a consciência social para a música country e um exemplo para todos os músicos mais novos.
eu apenas digo que foi brilhante quando foi.
e foi muitas vezes
morreu em 2003, menos de 4 meses depois da mulher de toda sua vida ter morrido.

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