11 de janeiro de 2006

O Rabo

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De há uns tempos a esta parte tenho introspectado cada vez mais nesta dúvida pessoal: será que dou atenção suficiente ao rabo? Tê-lo-ei discriminado (negativamente) vezes sem conta e de forma leviana? Não lhe terei conferido o reconhecimento merecido? [Sossegarei após um extenso exame de consciência.]

Provoca-me sempre grande estupefacção alguém declarar que “gosta mais de rabos do que de mamas”, é como se se assumisse ingenuamente uma dificuldade em estabelecer, com sensatez e razoabilidade, um ranking de prioridades.

Outro dia apresentei a uma amiga uma foto tirada a um casal de raparigas, de costas. A amiga perguntou-me logo se o motivo tinha sido os rabos. Não, não tinha: era uma foto de conjunto, o leit motiv era o todo. E no entanto, a pergunta fora enunciada com a maior das naturalidades. Ou seja, o motivo presumível daquela foto seriam os rabos. Mas não fora de facto esse o motivo.

Nesta semana tenho tomado, vaga e distanciadamente, conhecimento de uma série de rabos. Esta refocagem da observação culminou ontem num magnífico rabo extremamente levantado e protuberante numa figura típica: uma enfermeira de nariz perfeito, rabo-de-cavalo e grande profissionalismo. Algo mudou.


Atentemos no rabo.

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