24 de outubro de 2005

Meu caro amigo, me perdoe por favor...

"Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão"


Estava a pensar ainda no post do Orlando. De facto já tinha sabido que no Brasil o voto era obrigatório. Entretanto, achei que as coisas tinham mudado. Afinal não.
Se o voto é livre e expressa a vontade popular, por que raio terá que o dito povo ser obrigado a votar?

Quando fui ao Brasil, levei tempo a aclimatar-me.Tudo me deslumbrava. E ao mesmo tempo tudo me era familiar. Memória genética é coisa que existe?

Nunca tinha visto um manobrista a funcionar. Fiquei deliciada, com o sair à frente do restaurante, em perfeita mordomia e com o carro entregue assim a um senhor que o levava Deus sabe para onde.

E Deus sabe, como os restaurantes paulistanos são maravilhosos.

Também recordo muito as lombas na cidade. Não sei já como se chamam no Brasil, Mas Sampa estava infestado delas. Algumas eram umas autênticas crateras, ou tipo caneiro de Alcântara. Parece que em tempos os moradores eram livres de as implementar:)

Assim como aqueles botecos que mostrou o Nassif, onde tocava bandolim com seus amigos e obrigatoriamente bebíamos vinho tinto português, claro está. Com o calor que estava, chouriço assado e tinto. Eu por mim apaixonei-me pelo vinho chileno. Era muitissimo bom.

Como não esqueço a graça de correr as ruas de Sampa de mão dada com a Jujú, sem fazermos ideia onde íamos. Diziam os outros elementos do grupo, a baiana e a portuga são completamente loucas. Seja. Tenho saudades da Jujú, cinéfila inveterada, sempre a organizar festivais de cinema e com uma cultura vastissima.

Tenho muitas e boas memórias do Brasil. O engraçado é que aí fui encontrar amigos "virtuais" do Universo online da Uol, salas de Bate Papo. Penso que foi há uns dez anos. (tudo para mais, nada para menos).
Dessas salas herdei alguns bons amigos reais e muito boa histórias. Quando releio o Orlando, sinto um pouco saudades desse tempo. Em que o meu nick era Pedrita e em que percebi que era um absurdo dizermos que os brasileiros escreviam mal. Aliás o Orlando é a prova mais provada disso.
E tenho a ideia que essa troca cultural, foi e é muito importante para mim e para quem nela participou. Foram tempos aúreos dos chats internéticos colectivos. Sobretudo e é o que conta, deu muito prazer em todos, grande UOl, grande Folha:)

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