Estranha a sensação de ver um ancião a arrastar-se penosamente agarrado à mulher. Retocados, maquilhados, acondicionados, é dificil vê-los a ter dificuldade em andar tanto a pé, e a subir e descer escadas intermináveis. O contraste é acentuado pela rapariga loura, fresca e bonita que caminha a lado do casal, com ar determinado e rápido.
Mais me sinto perplexa quando o vejo a enunciar o seu manifesto político, com uma voz hesitante e titubeante,a trocar palavras, bochechas descaídas, olhos encovados. Encosta-se ao púlpito e tenta poupar-se nas perguntas complicadas. Ele conhece as suas limitações. Este é um homem que deveria estar a descansar. A ler os seus livros. A gozar a vida. Porque continua a desejar protagonismo? Porque o empurram para a ribalta? Que imagem de Portugal é esta que querem dar?
Só me apetece dizer palavrões. Achar patético. E ter solidariedade por quem, por alinhamento à esquerda ou disciplina partidária, terá que votar neste homem que já foi.
Quem não vota nele, sei eu quem é.
(Manifesto político de Mário Soares aos jornalistas.
A rapariga bonita é a Amaral Dias filha:)
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