Era eu também uma miúda e estava na PC há um ano. Fui acordada por um telefonema de manhã cedo a dizer "Lisboa está a arder".
Ainda me lembro (como esquecer) de estar no local, sentir o fumo a picar-me os olhos, mas também as lágrimas. Eu não era excepção, muita gente chorava naquele cenário apesar de tudo calmo, apesar de tudo parecer surreal. Foram dias de intenso trabalho, sem parar. Andava tudo alucinado. Um fogo urbano também pode ser terrível.
A Baixa nunca mais iria ser a mesma. Descaracterizada há muitos anos , o Siza Vieira até fez um excelente trabalho. Pena não se ter investido no alojamento de famílias nos novos edifícios.(mas essas são outras questões...)
(Quando chegar ao trabalho vou procurar uma boa foto desse incêndio. )
Obrigada ao blog da Sabedoria por me avivar a memória desse dia. Vão quase vinte anos daqui a pouco. Por enquanto só dezassete. Não foi só a Raquel ,que perdeu a casinha nesse dia. Perdemos todos muitas memórias colectivas. Irrecuperáveis.
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