Quanto mais vivemos, mais temos a vida semeada de mortos. E dantes não existia este aparato e sofreguidão mediática. E tínhamos censura. Muitas coisas não chegavam ou vinham deturpadas.
Lembro-me especialmente bem da morte do Kennedy em Dallas. E do irmão.
Era muito miúda e via tudo isso no Paris Match e naqueles telejornais sinistros do antigamente. Também me lembro de morrerem papas. Geralmente metiam-me medo as fotos, tinham caras muito afiladas no caixão. O ritual também me assustava. Lembro-me da morte do João XXIII, do Paulo VI e do Jão Paulo I. Tive sempre uma desmedida simpatia por este último, o Papa que sorria.Sorriu pouco, em trinta e poucos dias foi-se.
O que me espanta é que me lembro tão bem da morte do JF Kennedy e tinha quatro anos. Logo a memória vai muito mais longe do que o supomos.
O único desejo que tenho, é que a Igreja Católica aprenda e se renove. E aquilo que muitos padres católicos portugueses começam a fazer, inovando e adequando as práticas e rituais às necessidades espirituais das pessoas, seja fomentada e generalizada.
Nada pior que os tristes funerais dos seres que amámos, com liturgias desadequadas e práticas desarticuladas. E disso só sabe, por quem elas passou.
Nisso os protestantes são calorosos e solidários, personalizando cada despedida.
Educada que fui catolicamente, vejo cada vez mais a liturgia afastada do sentir.
Esquecem-se que o fundamento religioso é o amor e solidariedade. Talvez por se terem esquecido, cada vez menos a praticamos.
Estou muito evangélica:) E viva o recuo que me deu o meu querido pai, social democrata, republicano e ateu:)
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