23 de agosto de 2004
Paixão platónica tardia
Fiquei fisgada no que disse o g2 acerca das paixões platónicas pelos professores. E lembrei que tive uma, não há assim tantos anos, pela minha professora de desenho. Era em absoluto a mulher mais bonita que alguma vez me passou pela frente. Lembro de praticamente não conseguir falar com ela, ficava sempre com excessos de agressividade oral, de rudeza. Lembro de me ter arrepiado de lés a lés (realmente arrepiado, assim como numa descarga eléctrica) quando uma vez que estando eu aplicada no cavalete ela me agarrou o ombro. Lembro de mais tarde, quando já tinha abandonado o curso (as aulas de desenho abandonei à terceira tentativa, aquilo era algo penoso) ter ido visitar uns amigos e me cruzar com ela ao virar de uma esquina. Quase esbarramos. Só aí percebi que quando as pessoas falavam em ficar com as pernas a bambas realmente queriam dizer ficar com elas a abanar. Os ossitos devem ter descalcificado todinhos e virado pudim molotof.
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