5 de outubro de 2012

Bem dito

Neste dia 5 de Outubro estou orgulhosa por existir um político que diz o que deve ser dito. Estou farta da teoria de bons alunos e de sacrifícios que já se adivinham ser em vão.
Parabéns António Costa.

15 comentários:

Eduardo disse...

Podia então explicar num post qual é a alternativa dele? É que não percebi...

T disse...

É ler o discurso.
Mas claro que cada qual interpreta as palavras como quiser.

Eduardo disse...

Isso foi o que ele disse. Mas o discurso não contém nenhuma alternativa. Já o li. Pode então dizer-nos qual foi a sua interpretação e onde está a alternativa?

Eduardo disse...

Ainda nada?

carlos disse...

vamos por partes (antes que apareça ainda outro desafiante ainda nada):
1. uma crítica é isso mesmo: uma crítica., ou explicando melhor, se eu digo que o sporting contra o videoton jogou abaixo de cão, eu não tenho que falar de basculações, transições e outros novíssimos vocábulos para apresentar uma alternativa àquela miséria, nem eu me apresentar como substituto do sá pinto.
uma critica procura apontar o dedo ao que está mal. é essa a função da crítica.
2. a crítica do presidente da câmara municipal de lisboa à forma como o bando de incompetentes governa o país (esta forma crítica é minha e se quiser explicações quanto ao bando e quanto à incompetência terei muito prazer em lhas dar) limitou-se (e parece-me ser essa a única forma de enquadrar dentro de um discurso de última comemoração da república, do mesmo sentido, aliás, que cavaco utilizou repetidamente para o governo do pinóquio) a apontar o dedo aos aspectos mais gritantemente injustos e inúteis da cegueira política e económica do incompetente gaspar.
3. da justeza dessas críticas parece-me, a mim, não existirem dúvidas. provavelmente achará que não, mas isso será consigo que é livre de achar o que muito bem entende.

quanto à natureza de fundo, hoje vieram a público dois tipos de ‘comunicações’, digamos assim, que corroboram aqualas críticas do edil lisboeta
1. na reunião do eurogrupo, o próprio, defendeu que as medidas de austeridade eram, em portugal, demasiado severas que isso podia ser prejudicial à recuperação da economia (para além da questão social, mas nisso acredito que também ache que foi o povo que andou a viver acima das suas possibilidades...)
2. num documento do fmi, tornado hoje público, esta entidade de competentíssimos economistas que revêm a cada trimestre as previsões que fazem nunca acertando uma única vez e assobiando sempre alegremente, reconhece que as medidas que tem andado a propor para ultrapassar a crise falharam completamente porque estavam aqueles quadros excell em que trabalham e em que as suas mentes funcionam não têm um ‘link’ para a vida real.

Eduardo disse...

Carlos, não leu as notícias todas do dia, nomeadamente as declarações do BCE sobre os progressos de Portugal. Ainda assim, onde está a tão evidente alternativa a tão incompetentes políticos? É assim tão difícil?

Miguel Gil disse...

Concordo Carlos! Até foi um discurso incómodo para o 'bando de incompetentes que governam'. Estranho é ter sido feito pelo António Costa.
Concordo Carlos! Foi constrangedor ver o Sporting a não jogar! Alternativa é mudar de treinador ou mesmo de chefe do estado, desculpa do presidente do clube.
E digo-o sem moralismo algum, sou benfiquista e benfiqueiro!
Quanto a critica ou alternativa ao FMI é aplicar a regra do futebol: Equipa que não acerta, chicotada psicológica, muda-se o treinador.
Pelos visto ainda nada aconteceu.

carlos disse...

caro eduardo,
seguramente não li as notícias todas do dia, nem todas as de nenhum dia.
mas li aquelas a que se refere. como tenho lido todas aquelas em que os senhores que dizem que portugal está a fazer progressos são os mesmos que fazem relatórios a confirmar que o défice está maio, o desemprego maior, a recessão pior, o crescimento menor, a dívida maior...
não li as notícias todas, mas pode ter a certeza que leio muitas. e li as que refere.
miguel,
eu sou do sporting.
e como qualquer sportinguista, gosto do sá pinto. mas também gosto muito do paulinho e não acho por isso que deva ser treinador.
os jogadores de futebol são umas prima-donas bipolares que gostam de chicote e carinhos.
e é isso que me parece que os jogadores do sporting precisam.
e que inventem menos: deixar os melhores jogadores no banco ou em casa para se pouparem para o jogo com o porto só podia ter como desfecho perder os dois jogos.

de volta ao eduardo.
eu costumo dizer a propósito da minha profissão que 'se isto fosse fácil estavam cá outros e pagavam-lhes menos'.
quem dizia que a solução era fácil era o holograma que faz de ministro da economia quando mandava umas bocas nuns blogues e escrevia uns livros com ideias aparvalhadas.
quem dizia que era fácil era o incompetente do ministro das finanças quando dizia que só por inépcia se aumentavam os impostos quando a solução era tão fácil: cobra bem os impostos devidos.
quem dizia que era fácil era o deslumbrado do primeiro ministro quando dizia que aumentar impostos não, que cortar salários não, que fazer mais sacrifícios não, que bastava cortar nas 'gorduras'.
quem dizia que era fácil era aquele senhor que tem no cadastro a experiência 'laboral' do de ser vice-presidente do goldman sachs de 2000 a... 2008 precisamente os piores anos de um dos mais criminosos bancos responsável pela crise mundial.
quem dizia que era fácil era o bando de excitados da jsd sedentos da sua fatia do bolo.

se é dificil?
talvez não seja tanto quanto isso.
bastava que o banco central europeu (que é composto pelos bancos nacionais dos países da comunidade) deixasse de emprestar dinheiro aos bancos a um juro de 1% para depois esses bancos emprestarem aos estados proprietários dos bancos centrais que compeom o banco central europeu.. a 6%.
o maior problema de portugal não é o povo viver acima das suas capacidades (o povo português vive abaixo das suas necessidades). o maior problema de portugal é o custo da dívida.
e o seu governo também..

Eduardo disse...

Carlos, é matematicamente impossível que o maior problema de portugal seja o custo da dívida... pode ilustrar com números tão acertiva tirada? Mesmo que fosse, ainda bem que não é, o problema é a dívida, não é o juro que foi aceite no momento da sua contração. Sim, o povo vive acima das suas possibilidades: o Estado Português endividou-se que nem um louco com o povo a assistir e a deleitar-se em magalhães, autoestradas por todo o lado, hospitais com capacidade excedentária, 70 PPP com taxas de rentabilidade de 15% garantidas, tudo isto suportado com dívida que agora temos que pagar. Onde está a dúvida? E já agora, a alternativa?

Eduardo disse...

E, se não for pedir muito, a alternativa do António Costa... que eu continuo sem perceber qual foi.

carlos disse...

vamos por parte caro eduardo:
a alternativa do antónio costa, que parece ser uma espécie de ódio de estimação, terá que lha pedir a ele.
não sou seu procurador.
e quanto a percepção dessa explicação, também não o posso ajudar nessa tarefa.
terá que perceber por si.

e nunca é pedir muito nesta casa: nós fazemos serviço público pro bono.

carlos disse...

eduardo,
diz que é matematicamente impossível que o maior problema de portugal seja o do custo da dívida.
tirando a parte de ser muito discutível que alguma coisa possa ser impossível, concordo consigo.
o maior problema de portugal são os seus governantes e a corja de gravita em seu redor quais mosquitos de dengue em pratos de vasos.
quer saber também de onde tirei tão assertiva afirmação.
como lhe disse, aqui fazemos serviço público pro bono.
estamos ao dispor de quem nos lê.

se consultar os documentos do instituto de gestão da tesouraria e do crédito público, que são de livre acesso poderá verificar os custos e a natureza da dívida e do seu custo (pelo menos até ao ano de 2011, já que 2012 ainda não está fechado)
o total da dívida pública portuguesa andará este ano, até agosto, pelos 188.000 milhões de euros.

como deve saber, uma parte dessa dívida já inclui as parcelas dos empréstimos da troica.
relativamente ao juros desse empréstimo, num total de 78.000 milhões de euros.
por esse empréstimo, de acordo com a informação prestada pelo ministério das finanças ao parlamento, 34.400 (quase metade!!!!) são de juros e comissões.
esse valor é retirado ao valor global, pelo que temos um encargo de 78 para receber apenas 43,6.
se Portugal fosse um banco, o banco central europeu emprestava a um juro de 1%.
consegue ver a diferença?
34.400 milhões de euros são vários (!!!!) anos do valor total do défice público português.

isto já se torna matematicamente possível os juros da dívida serem o nosso principal problema (a seguir à qualidade dos governantes)?

Eduardo disse...

a taxa de juro inicial do empréstimo da troika era de cerca de 5%, baixou para 2,5% e 2,3% em 2012 e 2013, pelo que os números que apresenta estão convenientemente mal explicados, implicavam uma taxa de juro de cerca de 50%... por favor...

Eduardo disse...

acha que portugal é um banco? eu também acho mal que os estados estejam a determinar administrativamente as taxas de juro, mas eu sou liberal e portanto acho que deve ser o mercado; essa política do 1% acontece quando os estados se põem no lugar do mercado; já agora, se o BCE começasse a emprestar dinheiro ao estados a 1% sempre que estes quisessem poderiamos ter taxas de inflação com preços a aumentar de 5 em 5 minutos; o nível da dívida subiria tanto que o encargo com os juros iria subir; também já agora a produção de crédito não aumenta a riqueza das populações, pelo que dizer-se que o problema de portugal é monetário soa um pouco estranho.

carlos disse...

caro eduardo,
a informação sobre os juros a pagar foi dada pelo ministério das finanças.
no entanto, e como parece ser muito preocupado com as possibilidades matemáticas, a taxa de juro que refere aconteceria se o pagamento fosse feito a um ano.
em lado nenhum me viu dizer que esse era o encargo anual.
em lado nenhum me viu dizer que o pagamento era para ser feito a 1 ano.
tem todo o direito a ser liberal, mas evite ler o que não está escrito ou sequer implícito.

quanto ao juro de 1% só é intervencionista quando o banco central europeu empresta aos estados.
quando o mesmo banco empresta aos bancos privados é o mercado a funcionar.

caro eduardo,
está mesmo convencido que somos todos parvos?

é que essa conversa mole já não convence ninguém e nem mesmos os liberais mais empedernidos já têm muita lata para para a verbalizar (por muito que gostem de pensar de acordo com ela).