Primeiro que tudo um esclarecimento:
Já não existem, desde o fim de 2008, funcionários públicos mas sim colaboradores em funções públicas, pessoas com contrato de trabalho regulado pelo Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas, em quase tudo semelhante ao Código de Trabalho.
Em segundo um desabafo:
Estou a ficar farto de levar tanta porrada. Já trabalhei no ‘privado’, numa cooperativa, na administração central, e na administração local. Em todos esses sectores encontrei maioritariamente gente muito válida e trabalhadora, e gente que não faz nada. Posso garantir que foi na administração local que encontrei o maior número de pessoas empenhadas e produtivas.
Por terceiro uma chamada de atenção:
Quando batem no ‘funcionário público’ estão também a bater naquele que vos apoiou na nascença, no que fez o assento do vosso registo, naqueles que vos ensinaram a ler e escrever, nos que curaram as vossas maleitas, nos que protegem os vossos bens, nos que não deixam que se construa sobre as vossas casas, e em tantos outros tal como aquele que colocará a terra por cima do vosso caixão.
Ilustração retirada de minhamestria.blogspot.com
17 comentários:
Em 1º lugar parabéns pelo vosso blog. Apesar de ser um "trintão" gosto muito de conhecer a cultura portuguesa e principalmente a nossa historia comtemporânea, facto para o qual contribuem muito com os vossos artigos.
Em 2º lugar gostei muito do texto incluído neste artigo!
Bem hajam e sempre continuarei a seguir as vossas deliciosas histórias sobre a nossa cultura e o nosso passado.
João Paulo
Obrigado JP.
Ser trintão é uma grande qualidade não um defeito para 'seguidor' do Dias.
Farto-me de elogiar a vossa geração! Trabalho com muitos 'trintões' e sei reconhecer bem as vossas competências.
A minha solidariedade para com a função pública. Não podem ser os bodes expiatórios da incompetência política.
Só uma pergunta:
Quantos funcionários públicos estão inscritos nos centros de emprego?
Não refilem e enquanto o zé povinho puder pagar os vossos salários ... e bons salários ...
dêem-se por muito felizes.
"Porrada" alem de um termo ser bem feio e "foleiro" tenha juízo quem fez essa imagem e quem a publicou.
"Juízo Precisa-se!" seria mais adquado
Fala-vos uma desempregada do sector privado há 16 meses ... tem algo a dizer-me mais convincente e solidário?
Já agora é pena não sou trintona, tenho 44 anos ...
Fui funcionária pública. Estou aposentada.
Trabalhei, durante 36 anos, com todo o gosto,empenho,competência, zelo, dedicação e sigilo.Estudei, lutei e subi. Tive sempre boa classificação de serviço. Adorei, mas quase no final (aos 33 anos de serviço) sofri a maior das desilusões. Nada mais triste que chegar ao gabinete e a papelada, bastante importante, eclipsar-se e passado um fim de semana voltar a aparecer.... Ilusionismo??? Não maldade, pois a grande maioria quer dos funcionários e dos contratados e de alguns políticos (que nasceram depois de mim) não aprenderam o verbo "SER" .
Uma coisa é certa que sejam penalizados se não cumprirem os seus deveres. (Existem leis para isso), mas que sejam eles a pagar pela crise também não!!... E os políticos não são responsabilizados pela sua má gestão? Está mal, muito mal..... É preciso que sejam responsabilizados... E mais.... há políticos em funções desde as primeira eleições já lá vão mais de 30 anos..... Que incoerência!!!
É como tudo na vida. Sempre houve e haverá bons e maus funcionários e bons e maus políticos.
Solução:
Penalizar os funcionários se violarem as regras.
NÃO penalizar os políticos, SÓ NAS URNAS. Penalizá-los, sim, pela má aplicação dos dinheiros públicos (dos nossos impostos) e dos Fundos e + Fundos mal aplicados, mal fiscalizados e agora paga quem não aplicou ,nem bem, nem mal, um escudo ou um cêntimo vindo dos Fundos.
Subsídio por isto, por aquilo para os políticos, despesas de representação, carrinhos sem identificação que até levam os "meninos"ao colégio... Td a sair do OE.
Ao primeiro anónimo: eu conheço vários funcionários públicos inscritos em centros de emprego. Actualmente, alguns professores e duas auxiliares de acção educativa ou lá como chamam isso. Mas já conheci um médico, uma coveira (não sei se abria covas, mas trabalhava num cemitério), uma cozinheira de uma escola, um calceteiro, alguns varredores de rua e um nadador-salvador que estiveram inscritos no centro de emprego.
E dos que nunca foram funcionários públicos a maior parte deixou que o subsídio acabasse para só depois procurar trabalho...
E na função pública é como em todo o lado... há bons e maus, há os que merecem bonus e os que nem o ordenado completo deviam receber. Neste post lê-se a perspectiva de uma pessoa, de certeza que há muitas mais, bem diferentes!
Fala-lhe uma pessoa que trabalha numa empresa privada, no sector da agricultura, na escala mais baixa (isto é, chego a casa toda suja, não estou no escritório a dar ordens) e que ainda não chegou aos trinta.
Luísa
Cara anónima.
Existe uma enorme intoxicação informativa sobre a realidade da administração pública, a sua função, o empenho, o desempenho e os vencimentos.
Sei bem quanto custa estar desempregado, também já o fui e se calhar para lá caminho outra vez.
Relativamente aos 'funcionários públicos', certamente já ouviu falar dos excedentários, uma forma diferente de desemprego.
Hoje os trabalhadores da administração pública podem ser despedidos, tal como outro qualquer, e anuncia-se para breve o despedimento de 20% dos ainda designados 'funcionários públicos'.
Existem também na administração pública colaboradores com situações precárias de contrato de trabalho, para os quais foi determinada a não renovação desses vínculos e, logicamente, vão engrossar o desemprego.
Qualquer 'funcionário público' se riu quando ouviu o Primeiro-Ministro afirmar que, em média, os vencimentos eram 15% superiores aos do sector privado.
Os comentários aqui apresentados, exceptuando o meu, não são de nenhum contribuidor do Dias que Voam.
Se tem mais alguma opinião que queira expor não se acanhe e vá até à sua Rua dos Últimos Dias ou dê aqui a cara pelas suas opiniões, mas sem a estranha capa do anonimato.
Tem 30 anos então faça alguma coisa por si.
Estude, trabalhe, vá à luta e com esforço tudo se consegue.
Invista em si, mas de uma maneira saudável. Sabe se não existisse pessoas a trabalhar na agricultura como era? Não é um trabalho necessário? Não vejo nada de menos honesto nesse trabalho?
Agore vou copiar o que disse:
.....Fala-lhe uma pessoa que trabalha numa empresa privada, no sector da agricultura, na escala mais baixa (isto é, chego a casa toda suja, não estou no escritório a dar ordens) e que ainda não chegou aos trinta.....
Sabe nem todas as pessoas que trabalham em escritórios dão ordens, mas tem de haver, como em qualquer trabalho, quem as dê, só que é preciso saber, e muito, para que as mesmas sejam dadas de forma a que possam ser cumpridas para o bem de todos.
Sabe também que o trabalho intelectual é bastante desgastante? Também sei que o da agricultura é esforçado, enfim.... ambos são precisos. O que é preciso mesmo é "amor" pelo que se faz....
Desejo-lhe as maiores felicidades e pense em "investir" em si. Ia fazer-lhe muito bem....
Só mais um conselho para a pessoa que trabalha na agricultura:
Fala-lhe uma pessoa que trabalha numa empresa privada, no sector da agricultura, na escala mais baixa (isto é, chego a casa toda suja, não estou no escritório a dar ordens) e que ainda não chegou aos trinta.
NÃO SE ESCONDA ATRÁS DO ANONIMATO, vista a sua farda (se é que a tem, mas para se proteger do seu trabalho, use uma máscara), MAS NUNCA DEIXE DE DAR A CARA PELO QUE DIZ OU FAZ.
Felicidades para si......
Duas coisas a Belisa:
1. Eu não usei o anonimato. Bem no fundo está o meu nome: Luísa. É que o Blogger, às vezes, não aceita o meu perfil do gmail.
2. E eu só disse que trabalhava na agricultura, para perceberem que não sou da função pública. NÃO ME ESTAVA A LAMENTAR.
Eu tenho um curso superior. Não consegui trabalho na minha área, nem fora dela, então aproveitei um oportunidade que me deram e emigrei.
Estou fora do meu país há 3 anos. Conciliei trabalhos em empresas de limpeza e casas privadas com a escola (para aprender a língua do país onde estou) e com o trabalho na estufa.
Agora estou a trabalhar quase a tempo inteiro na estufa, NÃO LAMENTO e...
ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO O QUE FAÇO! Tivesse eu dinheiro para o fazer e iria para a minha terra fazer exactamente o que faço aqui. Talvez daqui a uns anos, quando conseguir juntar uns patacos...
Eu esforço-me todos os dias por ser feliz!
Saudações,
Luísa.
A Anónima Luisa!
Disse: "Fala-lhe uma pessoa que trabalha numa empresa privada, no sector da agricultura, na escala mais baixa (isto é, chego a casa toda suja, não estou no escritório a dar ordens) e que ainda não chegou aos trinta."
e Depois disse:
"Agora estou a trabalhar quase a tempo inteiro na estufa, NÃO LAMENTO e...
ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO ADORO O QUE FAÇO! Tivesse eu dinheiro para o fazer e iria para a minha terra fazer exactamente o que faço aqui. Talvez daqui a uns anos, quando conseguir juntar uns patacos..."
Patacos só se mudarmos de moeda. Já não sou do tempo dos patacos, mas a Anónima Luisa, é.....
Se adora tanto o seu trabalho na " leitura" que faço do que escreveu não consigo "ler" isso, Só consigo perceber que gostava de ser funcionária pública. Quais as razões? ...isso não sei.... mas invista sempre em si..... e deixe que há-de conseguir o que quer.... e, quem sabe, um dia, dir-me-á.... "SOU UMA FUNCIONÁRIA PÚBLICA COMPETENTE E ESTOU FELIZ. JÁ NÃO CHEGO A CASA SUJA.... Oxalá que sim!
E sabe que mais:
uma coisa não entra em contradição com a outra. Eu posso adorar o que faço neste momento e ao mesmo tempo poderia querer ser funcionária pública (que não quero!). Bastava eu conseguir ser jardineira numa câmara municipal. Era as duas coisas ao mesmo tempo. E... pormenor... continuava a chegar a casa toda suja!
Os patacos... fez-me rir... na minha terra ainda se usa esta expressão. Que hei-de fazer?!?! Negar as minhas origens só porque nasci no tempo dos escudos e vivo no tempo dos euros?!?
Eu nasci no tempo dos escudos e ainda havia gente a falar em contos de reis. Será que também deveriam ter sido criticados na altura?!?!
Mas resumindo tudo: não percebeu a mensagem que eu quis passar. No entanto, explico uma vez mais:
um anónimo perguntava se havia funcionários públicos no centro de emprego. Eu disse que sim. Acrescentei que há gente que presta e não presta no público e no privado. E, para não pensarem que era da função pública a defender o sector, esclareci que "tipo" de pessoa era eu: empregada uma empresa privada, no sector da agricultura. Com honra e orgulho e, acima de tudo, com alegria por poder pagar as contas ao fim do mês, o que era impossível há 3anos!
Se continuar sem perceber o que eu queria dizer... temos pena (também é uma expressão feita, usada penso que em POrtugal de Norte a Sul), mas não esclareço mais nada!
Saudações,
Luísa
Olá Anónima Luisa!
Não esclarece mais nada....,não lhe pedi que o fizesse....
Mas acabou por dizer "Bastava eu conseguir ser jardineira numa câmara municipal. Era as duas coisas ao mesmo tempo. E... pormenor... continuava a chegar a casa toda suja!"
De facto, quando conseguir, será funcionária pública, só que, segundo sei, tem de ter habilitações para isso, ou seja um curso específico.
Escreveu também:
Eu tenho um curso superior. Não consegui trabalho na minha área, nem fora dela, então aproveitei um oportunidade que me deram e emigrei.
Estou fora do meu país há 3 anos. Conciliei trabalhos em empresas de limpeza e casas privadas com a escola (para aprender a língua do país onde estou) e com o trabalho na estufa............
Informe-se, e siga o seu sonho, visto ter terminado o sonho da "sua área".
Felicidades é o que lhe desejo.
Belisa
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