18 de novembro de 2010

a play station e a felicidade dos povos

existe uma piada recorrente no mundo do futebol sobre alguns jogadores e/ou adeptos só conseguirem sentir o prazer de jogar ou ganhar a liga dos campeões se tiverem uma play station.
a play station é uma espécie de medicamento de 'largo espectro', para utilizar a linguagem das bulas, sendo que deveria trazer aduzida a indicação do perigo de criar síndrome de dependência, uma espécie de padrão mal adaptado de consumo deste substituto da realidade real pela virtual.

há uns anos os americanos levaram várias tareias, desde uma monumental no vietnam a uma mais reduzida mas não menos humilhante na etiópia, mas isso não os impede de terem a sua vingança sentados no sofá com os comando da caixa mágica que substitui a vida (a variante doméstica a umas mais complicadas do mundo hospital, destinadas ao suporte da vida, ela mesma).
o mundo dos jogos em que se destrói a palestina, israel, a russia, o irão, ou a polícia do bairro não para de crescer.
em tempos usava-se a expressão 'se não os podem vencer, junta-te a eles', uma espécie de mãe de todas as doenças da espinha.
agora a coisa está mais traduzida em 'se não os podes vencer, compra uma play station'.
aqui o único problema são as doenças resuntantes da sedentarização.
nas últimas semanas, dois jogos chamaram-me particularmente a atenção:
aquele em que os americanos já podem matar o fidel sem o humilhante episódio da baía dos porcos (estranhamente já se chamava assim antes da invasão dos mercenários americanos), e um que o partido popular da catalunha disponibiliza gratuitamente para, no conforto do telemóvel, se poderem matar os imigrantes e os independentistas catalães.
patético, diria eu, se o caso não fosse muito mais grave do que isso.

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