Luísa Amaral / Uma carta a todos os títulos exemplar
Chama-se Luísa Amaral. E é a vítima de última hora do capitalismo.Quem nas últimas duas décadas de algum modo teve que privar com a secção de cultura no semanário Expresso, certamente reconhecerá nela a grande correcção e sensibilidade profissionais no tratamento de todas as tarefas e de todas as pessoas. Eu, como ex-colaborador desse jornal, e depois como autor e editor de livros, posso afirmar que fui invariavelmente tocado pela sua atenção e gentileza...É para mim um choque o e-mail que acabo de receber, e que abaixo transcrevo na íntegra. Qualquer que haja sido o pretexto para prescindirem do seu trabalho, isto só confirma, uma vez mais, a indignidade do patronato! A ganância do lucro não pode ser realizada à custa dos trabalhores despedidos. – Paulo da Costa Domingos
«CARTA DE DESPEDIDA
Meus queridos Amigos
Gostaria de vos informar, em primeira mão, que a partir do próximo dia 30 de Novembro cessarei a minha relação laboral com o semanário «Expresso».Não gostaria de deixar o cargo que abracei há 22 anos sem vos expressar os meus agradecimentos pela forma como sempre fui tratada, bem como pela relação de trabalho mútua, diária, constante e muito proveitosa para mim.Aprendi muito convosco e devo a essa relação profissional e (porque não ?) também de amizade, a aquisição de um património cultural e afectivo sem preço.Não é altura para dizer adeus. Será (isso sim) um até breve, posto que não tenciono abandonar esta área, que é, para mim, a do «mundo maravilhoso dos livros».Estou certa de que, noutro local de trabalho, a colaboração que sempre conseguimos manter continuará da mesma forma intensa e estreita.Muito obrigada por toda a atenção que me dispensaram e por todo o carinho com que me rodearam.
Paço d’ Arcos, 18 de Novembro de 2010
Luísa Amaral»
Paulo da Costa Domingos
1 comentário:
Luísa,
Sei que foste uma das que foram convidadas a deixar de exercer funções numa grande publicação.
Boa sorte!
Graça Serrano
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