24 de novembro de 2010
Os compassos do tempo
O cronológico, particularmente grato por trazer diversas reflexões de indiscutíveis afinidades com este blogue, renovou sorrisos quando, há pouco, a folhear um delicioso livro intitulado Charlas linguísticas da autoria do filólogo Raul Machado – conjunto de textos apresentados no ano 1958 em programas da RTP pelo autor - revestiu-se de particular significado tal descoberta através das seguintes linhas retiradas do programa emitido a 1 de Abril desse mesmo ano:
« […] como se diz que o tempo corre, que o tempo voa, podemos dizer que corre, que desliza, com rapidez, que voa com grande velocidade, como o atleta na sua carreira, como o avião no seu voo, como o Sol no seu curso […]».
Continuando a ler as considerações do filólogo acerca da fugacidade temporal já referida na Antiguidade Clássica, remetem-nos as mesmas para o tempo psicológico quando, em tempos de preocupações, falta de saúde ou, simplesmente, de intermináveis dias de chuva, desejamos maior celeridade nos ponteiros do relógio…
Acontece que a lenta sucessão das semanas e dos meses também já foram pessoalmente experimentadas em sociedades menos urbanas e periféricas: quotidianos simples, horários bem arrumados, vida pacata longe do velho continente, ficando-se a pensar que nem sempre são os contratempos a trazer ao cronómetro a tal falta de agilidade…
Não se pretendendo uma exaustiva listagem de situações, para além do delicioso livro de Raul Machado sobre o belo idioma que é o Português, surgiu também a divagação sobre o tempo após ter visionado documentos salvos, em cima da hora, de um antigo computador cuja existência acabou de findar e do qual se retirou a imagem aqui divulgada e recebida num passado remoto…
Oração ao tempo
The times they are a changing
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