17 de novembro de 2010

A caminho do Inverno e a pensar em dias longos

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Ou isto ou aquilo, título do poema de Cecília Meirelles. Associação a uma imagem a trazer a nostalgia dos dias longos e ensolarados. A praia fluvial fez pensar em férias na vizinha Sanabria ou ainda junto às barragens do nordeste português. Quanto ao conceito de estética na época em que o instantâneo foi captado, não se pode deixar de pensar, sorrindo : como tudo mudou! Observação isenta de nostalgias  exclusivamente divulgada por documentar o tempo dos antepassados...

Fica ainda o poema. Apesar de se tentar definir nitidamente no quotidiano os «istos» e os «aquilos» - é bom saber optar crítica e ponderadamente -, veio o mesmo à memória por já se começar a sentir certa ausência do luminoso horário de Verão, mesmo quando se torna apelativo o lume da lareira ou o sabor das castanhas assadas, apressadamente saboreadas de regresso a casa e a tentar enganar o frio:

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!


Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!


Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.


É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!


Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.


Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!


Não sei se brinque, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.


Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

6 comentários:

Carlos Caria disse...

Estas fotos fazem-me sempre lembrar as praias e os grupos das colónias de férias das casas do Pessoal das grandes empresas - CUF - CP etc....e hospitais como o de Santa Maria da qual fui cliente, na bela Praia das Maças.
É curioso verificar que quase todas elas incluindo as dos colégioos se situavam na Zona Praia das Maçãs, Almoçagene, Praia Grande, Ericeira ou seja não muito longe de Lisboa.

teresa disse...

É verdade, as colónias de férias situavam-se essencialmente onde o Carlos Caria refere, lembro-me que um dos meus irmãos esteve numa delas perto de Almoçageme. Quanto à imagem, não refiro a fonte dado fazer parte de um conjunto de fotografias antigas recebidas há muito tempo por mail sem referência à origem.

Luísa disse...

Estas fotos são sempre uma delícia!

Eu li esse poema na escola. Achei que a autora era uma chata. Porque tinha ela que pensar nas escolhas que fazia?!?! Fazia o que lhe apetecia e pronto. Mas... os anos passam e começa-se a perceber que ela não é chata. A vida é que é tramada, não é tudo ao nosso gosto.
Obrigada pela recordação.
;)

teresa disse...

De nada, Luísa:)

E quanto aos múltiplos sentidos apreendidos através do "crescimento", ainda hoje me supreendo ao compreender em diferido, digamos que com alguns anitos razoáveis de permeio, muitas coisas.

Eu gosto da Cecília Meirelles, alguns dos seus poemas são deliciosos:)

Carla Jané disse...

Muito sábia, a autora. Já perdi um anel ao descalçar uma luva...
Um beijinho,
Carla

teresa disse...

Beijinho, Carla:)