7 de outubro de 2010

Duendes, fadas, dragões e demais divagações


(imagem: viricodevagamundo)

E antes de voltar àquilo que nos garante o sustento, apesar de ecoar em permanência o provérbio galego «o trabalho é sagrado, não lhe toques», eis que a partir de uma breve conversa amigável sobre música da infância e para a infância, chegam à memória indissociáveis seres mitológicos como duendes, fadas e dragões, muitos deles pertença de um folclore que não obedece a fronteiras, à semelhança do verificado através de estórias de santos e cavaleiros retratados em romances populares, filão que talvez um dia possa vir a ser aprofundado. É interessante descobrir que por latitudes diversas também houve rainhas tocadas pela santidade a transformar pão em rosas na presença de austeros soberanos ou mulheres guerreiras disfarçadas de combatentes masculinos, tema aqui abordado em post antigo acerca do famoso ‘Donzela que vai à guerra’ coligido por Garrett. Deixando as divagações de parte e a propósito das recentes conversas sobre o cancioneiro juvenil , vem à lembrança S. Jorge e o dragão – o tal santo que dá nome ao nosso castelo lisboeta e também faz parte do imaginário anglo-saxónico de raízes a perderem-se na profundidade do solo povoado de hidras de muitas cabeças e mostrengos em geral a ensombrar o quotidiano de batalhadores terrestres e marítimos. Como reverso da medalha, o dragão não simboliza exclusivamente o mal de um Leviatã demonizado sendo, ao mesmo tempo, o guardião de tesouros escondidos., ideia confirmada por textos olhados com maior ou menor atenção, bem como por uma versão brasileira do Puff the magic dragon.  Na impossibilidade de encontrar no sítio do costume este mesmo tema na bonita voz de Nara Leão, deixa-se outra no final destas notas ao sabor do pensamento.  Tentando ter uma visão abrangente deste quotidiano em que nos movemos com maior ou menor agilidade - dependendo dos dias – no futuro não nos cingiremos ao dragão, tentando-se abarcar com o olhar outros símbolos interessantes como o leão ou a águia a fim de que não surjam acusadores pensamentos de facciosismo…

Um dragão

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