3 de julho de 2010

Evocando Brian Jones e Jim Morrison

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Não sendo lá muito de efemérides (em parte devido a frequentes esquecimentos), há que admitir a importância do dia 3 de Julho para os apreciadores de música anglo-saxónica dado ter a data ficado marcada por dois acontecimentos por muitos recordados.
3 de Julho de 1969
Brian Jones, então com 27 anos, é encontrado já sem vida na piscina de sua casa no Sussex. Tinha deixado os Rolling Stones há pouco menos de um mês, sendo então substituído por Mick Taylor. Em depressão e com diversas condenações por posse de estupefacientes, Jones terá sido a “inspiração psicadélica” do grupo aqui
3 de Julho de 1971
Jim Morrison (James Douglas Morrison), carismático vocalista dos Doors , é encontrado sem vida na banheira aos 28 anos de idade. Natural da Costa Oeste dos Estados Unidos, forma o grupo em 65 depois de ter conhecido o organista Raymond Daniel Manzarek nos bancos da Universidade da Califórnia (UCLA). Juntamente com o baterista John Paul Densmore e o guitarrista Robby Krieger atingem rápida popularidade nos hits norte-americanos com o tema Light my fire. Poeta incompreendido, Morrison encarna o cantor do protesto e do desespero da década de 70, caracterizado por uma postura agressiva em cena. Os abusos de álcool e de drogas virão a trazer-lhe complicações com as autoridades. No momento da sua morte, Riders on the storm , tema do LP L.A. woman figurava entre os discos mais vendidos aqui

4 comentários:

J A disse...

Morrison faz parte do "27 Club" e faria os 28 anos em Dezembro de 1971.

Um rapaz carismático que desprezava o "rock star status" e a parte material da vida (ao contrário dos outros 3 do grupo). Quando Morrison se pirou para Paris....os Doors já estavam mortos e enterrados. Jim tinha outros planos para a sua curta passagem neste mundo. Um dos poucos do Rock que viveram como apregoaram....

A quem visite Paris recomenda-se uma visita a esse fantástico cemitério que é o "Père-Lachaise" (é só seguir as setas e esperar pela musica). Infelizmente algum palerma roubou o seu busto há uns anos mas, a atmosfera à volta da sua sepultura é algo de especial. Jim Morrison tocou muitos....sem dúvida.

teresa disse...

Quando há roubos como esse - o do busto de Morrison -, fica-se a pensar se o autor terá sido um fanático , se alguém que quis enriquecer de maneira fácil...

Joao Augusto Aldeia disse...

Foi, de certo modo, o fim do sonho alucinogénico, da ideia de que as drogas poderiam abrir as "portas da percepção" e conduzir a capacidades criativas superiores. O efeito desinibidor das drogas pode, é verdade, libertar alguma capacidade criativa, mas, como se acabou por descobrir, o consumo não é bom para nenhuma das dimensões da individualidade ou da sociabilidade humanas.

Ainda há pouco tempo ouvi, numa entrevista, o escritor José Eduardo Agualusa apresentar um argumento desarmante contra o potencial criativo do consumo de drogas: nas festas em que se prodigaliza o alcóol et al não se costuma encontrar ninguém a manifestar especiais capacidades criativas: apenas banalidade e tristes figuras.

Numa outra entrevista, Jorge Palma colocava a si próprio esta dúvida: um outro estilo de vida, menos boémio, ter-lhe-ia proporcionado uma criatividade superior? Nem ele nem ninguém poderá saber, mas eu suponho que sim. Ele próprio reconhecia que, até na composição, ele se tem recorrido de alguns clichés (não usou esta palavra, mas creio que era a ideia); tratando-se de um músico de excelência, o resultado acaba por ser de grande qualidade, mas...

teresa disse...

Concordo com Agualusa nesse particular (também ouvi a entrevista).

Lembro também uma entrevista de Paula Rêgo (esta na revista de um jornal) em que a pintora salientava a criatividade à qual associava o consumo muito frequente e pouco moderado (palavras públicas e, como tal, não são inconfidência) do seu tinto de óptima colheita, rotina que teve de abandonar por motivos (já preocupantes) de saúde. Penso que o facto (o corte do consumo ao longo dos serões de pintura) não lhe terá retirado qualidade ou criatividade.

Foram de facto épocas em que até algumas bandas adoptavam nomes de ácidos então em voga e muitas 'lyrics' pretendiam traduzir elas próprias uma 'trip' de mescalina. A própria geração de Allen Ginsberg e o 'guru' do LSD, Timothy Leary, desbravaram o caminho.