12 de abril de 2010

Um país pequeno e plural

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Pequena varanda sobre o mar e festa de paisagens. No que toca às gentes, a realidade tem adquirido formas diversas. Cada vez mais – sendo universal o fenómeno e, também ele, uma das faces da globalização (ou mundialização, como os franceses gostam de referir) – deixamos esbater características das gentes de diversas regiões. A ideia das populações do Minho de ares célticos ou dos naturais do Sul de tez mourisca com específicos traços de personalidade, deixa de fazer sentido. Observação despida de saudosismos, decorre a mesma do facto de, cada vez mais, nos cruzarmos com pessoas de diferentes culturas, etnias, origens geográficas. Num passado distante e por imperativos de estar junto dos mais próximos que por cá não podiam entrar, fascinava olhar a diversidade de povos e trajes pelas ruas de Paris. O nosso país, então fechado e hostil para os de fora, era uma região continental de cinco milhões de habitantes. Em vilas e aldeias, todos sabíamos de onde cada um vinha, a que família pertencia, não nos surpreendíamos na nossa homogeneidade. Hoje somos muitos, as fronteiras vão-se dissolvendo, as culturas encontram-se em casulo ou interagem - seria, a título pessoal, mais apelativo o segundo exemplo, caso mantivessem o que as torna únicas.
Imutável permanece a marca paisagística de cada região, apesar de alguma incúria para com o legado histórico ou para lá de certa construção desordenada, a castigar o património natural. De certo modo, prevalece ainda a beleza (mais ou menos arruinada) de cada geografia, de cada montanha, de cada planície e, sobretudo, deste mar imenso que acabou por nos tornar únicos, constatação que Vieira e Pessoa tão bem deixaram aos vindouros.
Meis olhos van per lo mare

3 comentários:

Anónimo disse...

Fixe Teresa.

Felicidade disse...

Idem, idem, aspas, aspas. Daqui a uma semana, mais coisa, menos coisa, o teu coro já canta como este. Pelo menos já estão no youtube!

teresa disse...

Não há nada que não apareça no Youtube, amiga ... a ter bons resultados, não será por aí... é que por lá há coisas piores do que alguns desvarios dos bares de karaoke de que fujo a sete pés (e com muito algodão nos ouvidos) :)))