a necessidade de abastecer de água os lagos e repuxos (para tomar banho era mais perfumes) do palácio de queluz fez com que os terrenos a norte do antigo núcleo urbano fossem atravessados por duas grandes linhas de aquedutos, canalizações e minas que chegavam, um ao reservatório do miradouro e os outro directamente ao palácio ou aos jardins.
por oeste, do lado da tascoa, chegavam mais canalizações em chumbo que alimentavam o jardim inferior e a área da quinta.
a água que chegava directamente ao largo do palácio vinha da mina da gargantada, imediatamente a norte de carenque com um trajecto misto, primeiro em em aqueduto quase térreo, paralelo ao aqueduto das águas livres, mas a uma cota inferior e quase ao nível da ribeira de carenque até que na zona da actual avenida elias garcia entrava em mina até à 'mina velha' (no exacto local do antigo café referência de queluz com o mesmo nome), para depois descer pelo actual 'parque' até à antiga fonte dos namorados (no extremo sul do parque e extremo norte do antigo burgo) e continuar para a fonte/lago que existia aproximadamente no local onde hoje está a estátua da d. maria e das suas aias, uma (pelo menos) das quais 'roubada' à avenida da liberdade, em lisboa.
sob essa fonte (que recebia também a água do reservatório do miradouro) existia uma espécie de central distribuidora de água para os diversos locais do palácio e dos jardins, do edifício da torre e do chafariz junto ao bairro chinelo.
estas fotos são do aqueduto da gargantada na zona da actual estação elevatória de carenque, que é uma espécie de receptor geral das águas da epal para os smas de sintra.
a primeira é do início do século 20, tirada da estrada que é hoje a avenida elias garcia, no cruzamento com a aquiles machado.
a segunda é pelos anos 60, a avaliar pelas construções ao fundo
a terceira é de hoje, um pouco mais próxima porque os prédios não deixam ver do mesmo local.
o que esta terceira foto mostra, mais uma vez, é o estado a que a câmara de sintra e a junta de queluz transformaram o pouco património histórico do burgo:
um amontoado de lixo em traseiras de prédios, como que a pedir desculpa por aqueles calhaus ainda estarem ali de pé...
pela minha parte apenas lamento que a câmara e junta não tenham o mesmo tratamento que eles dão ao património de queluz
2 comentários:
Esse aqueduto foi horrivelmente mutilado para a abertura de uma avenida pela douta filóloga românica Edite Estrela.
a abertura deste aqueduto para o alargamento da avenida na venteira é no concelho da amadora, acho eu
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