As fotografadas foram candidatas a um concurso de misses nos EUA em inícios do século XX. Não se destina o post a comentar este tipo de eventos embora, a título pessoal, não seja adepta destes certames, sejam eles com elementos femininos ou masculinos (haverá concurso com candidatos? A existir como se lhe chamará, de "misters"?)
A ideia de aqui deixar a foto tem a ver exclusivamente com o facto de os conceitos de estética tanto terem mudado ao longo dos tempos, a este propósito a indumentária usada por cada uma das candidatas parece "dizer" tudo.
Alguém se abalança a votar na 'pior escolha de vestuário?':)
(em tempos li o romance Miss Wyoming de Douglas Coupland, tendo ficado a sugestão de se tratar de uma narrativa "nua e crua" sobre concursos de beleza)
6 comentários:
Que foto fantástica!
Concordo consigo, a ideia de belo, hoje em dia, nada tem a ver com o conceito de há um século. Curiosamente, no Ionline vi hoje uma notícia sobre um concurso de beleza na Hungria, que acabou por inspirar o meu último post. A notícia em causa está aqui:
http://www.ionline.pt/conteudo/32745-as-rainhas-do-bisturi-miss-plastic-2009---video
Repare como o ideal de beleza, hoje em dia, aponta para algo formatado, «standartizado», «plástico», o que está conforme à mentalidade própria de uma sociedade de consumo como aquela em que vivemos, onde até as maçãs têm de obedecer a um determinado padrão. Pelo contrário, há 100 anos cada indivíduo era apreciado na sua diferença...
Quando às roupas, eu só acho que as peças estão mal combinadas. E se repararmos bem... vê-se disso nos nosso tempos, bem, pelo menos por aqui.
No que se refere aos concursos... por aqui há os concursos de mister e miss Suíça, que são muito apreciados. A miss Suíça 2008 deu polémica, porque ela é mulata, porque veio para aqui muita pequenina e mais não sei o quê. No entanto,. sem ter passado por qualquer intervenção estética, ficou no top 10 do concurso miss mundo deste ano.
Quantos aos homens... já deu para tudo... elegeram um agricultor muito giro, que soube usar a fama para se lançar na produção de produtos bio, como por exemplo, cerveja (seja lá como isso for...). Mas também dá para eleger um mister Suíça não muito feio, mas quase analfabeto...
Nicolina,
Já espreitei o lonline e fiquei curiosa quanto ao seu post que irei ver.
O que se torna típico no padrão de beleza actual (e no caso pessoal assume a dimensão do bizarro), parece-me ser a tendência para uma indiferenciação gradual (em moda isso então será notório) dos padrões masculino e feminino, com tudo o que de importante os diferencia. E tudo isso nos levaria a outras discussões mais vastas como a do problema de distúrbios alimentares. Apesar de um famoso psiquiatra da nossa praça referir que disfunções como a anorexia nada têm a ver com padrões impostos, continuo céptica.
Sempre houve muitos(as) escravos(as) da imagem, mas penso que nos nossos dias tudo tem alastrado a uma velocidade 'epidémica' pois, cada vez mais, se valoriza a aparência, mesmo sob risco de se estar a fazer um apelo (mais ou menos visível) à diluição do que nos distingue enquanto indivíduos.
Luísa,
penso que o seu comentário foca uma outra questão, a de muita gente recorrer a este tipo de concursos para conseguir uma situação financeira estável, mas pergunto-me se isso não será um 'sonho que rapidamente se esfuma'. E aí encontro equivalência a uns programas vazios de tv (sou suspeita porque não os vejo) em que os concorrentes pensam que por aparecerem durante umas semanas virão a conquistar a fama a título permanente.
Quanto ao traje das concorrentes, o que mais se destaca é realmente a estranha conjugação de peças:)
Eu acho graça a estas vestimentas e a estas miúdas. Quando se é bonito, aguenta-se quase tudo:)
Sabe, Teresa, eu cá acho que é preciso saber ser inteligente, aproveitar todas as oportunidades. O agricultor que foi Mister Suíça foi um desses casos. Aparece nas revistas, faz trabalho de modelo, aparece em eventos e vai fazendo campanhas aos produtos nacionais, sejam eles produtos dele (a tal cerveja bio!) ou não (como é o caso do consumo da manteiga (e não da margarina, como em Portugal).
já o outro que não sabe ler... será difícil sobreviver a partir do próximo ano, quando vier o novo mister. Só será lembrado como uma velha anedota...
O mesmo se passa com os frequentadores desses tais programas. Se souberem fazer a jogada... sucesso garantido. Se não... acabam a viver em casa dos amigos com dívidas até ao pescoço (não sou fanática por estas coisas, mas vi parte do primeiro reality show Português, já lá vão 9 anos. E fiquei a saber da desgraça de um deles há tempos, ao ler uma revista ultrapassada no consultório do dentista).
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