7 de setembro de 2009

COISAS & LOISAS

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MILLÔR Fernandes, jornalista, dramaturgo, outras coisas mais, disse ao “Diário de Notícias”: “O acordo ortográfico é uma merda. A Academia é uma excrescência de velhos tempos.”
Polemista inveterado viu, em 1959, um seu programa de TV ser extinto, a pedido do Presidente da República, Juscelino Kubitschek, após o seguinte comentário sobre a primeira dama: "Dona Sarah Kubitschek chegou ontem ao Brasil depois de 5 meses de viagem à Europa e foi condecorada com a Ordem do Mérito do Trabalho."
Durante alguns anos o seu “Pif-Paf” publicou-se, semanalmente, no extinto “Diário Popular”.

NA CONDIÇÃO de cidadã atenta e preocupada" com o seu país, a mandatária do PS para a juventude, a apresentadora de televisão Carolina Patrocínio, participou na rentrée do partido e centrou o seu discurso no elogio de duas notícias que atribuiu às medidas do actual Governo: o "fim da recessão técnica" e a "redução do insucesso escolar".
Segundo o “Público” a apresentadora foi aconselhada a não dar entrevistas, depois de declarações a uma televisão em que dizia que é a sua empregada que lhe tira os caroços das cerejas e que prefere fazer batota a perder.

MANUELA Ferreira Leite aposta em pequenas sessões para esclarecer os portugueses. Não fará comícios e está mais preocupada com os custos da campanha do que com a gripe A. A participação dos barões do partido não lhe tira o sono: «Em funerais, missas de sétimo dia e acções de campanha vai quem quer», disse.

MARIA de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, disse numa entrevista que a oposição erra ao tentar comprar a paz com os professores e avisa: "Estão a comprar a paz com os professores por um preço que o país não pode pagar".
Numa entrevista ao Canal 1 da RTP, José Sócrates prometeu ser mais delicado com os professores.
Edmundo Pedro, histórico militante do Partido Socialista, disse ao jornal “i” que o maior erro de Sócrates foi não ter afastado a ministra da Educação:
“Sócrates convenceu-se de que poderia, impunemente, humilhar os professores. Como irá perceber no dia 27 de Setembro, enganou-se. Há 4 anos, quando a ministra da educação começava a maltratar os professores, eu avisei-a, como os colegas que estavam na reunião, certamente, se lembrarão. Não quis saber: persistiu e agravou a ofensa. Irá ter, nas urnas, a recompensa que merece. Ela, Sócrates e o PS. A estupidez e a arrogância, em democracia, nunca vencem."

DE UMA crónica de Alice Vieira no “Jornal de Notícias”:
“Porque amigo é assim mesmo: conhece-nos por dentro, adivinha aquilo de que necessitamos, sabe o que nos alegra, entende os nossos silêncios, tem a capacidade de nos surpreender dando-nos aquilo de que estamos mesmo a precisar-- mas sem termos de o pedir. Porque se o pedimos…qualquer estafeta serve.”

5 comentários:

teresa disse...

Sei que 'não se é bom juiz em causa própria', mas também sei que 'quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro'. Por isso mesmo, pegando num único ponto do post, não resisto (as desculpas ao gin-tonic):

- os portugueses não sabem que o processo de avaliação dos professores é da responsabilidade de alguns avaliadores(por vezes com menor formação científica e académica dos avaliados: sim, o sistema permite-o);

- os professores são avaliados por pessoas com quem trabalham, muitas das vezes, há 10 ou 20 anos (é impossível, por mais honesto que se seja, não se ter uma imagem formada de quem avalia e de quem se vai avaliar, tendo-se muitas vezes convivido fora de muros com os interessados no processo, p. ex: o filho do avaliador poderá estar de casamento marcado com a filha do avaliado, para dar um exemplo... ou podem ser ex-namorados desavindos, que nem se podem ver, outro exemplo de 'isenção'... etc.);

- quem define em primeira instância quantos professores podem ter 'nota' para progredir na carreira é o Ministério das Finanças (de acordo com o orçamento de Estado) que - se me enganar corrijam-me - nada sabe de pedagogia.

Gostaria de ser avaliada, sim, mas por uma entidade isenta (imaginem que quem avaliava os juízes eram os convivas lá de casa ou então colegas com quem estivessem de más relações há uns anitos...)

E o que incomoda é o facto de nada disto se saber pela comunicação social (e sinceramente as desculpas pelo 'comício'). Sempre fui avaliada - a estudar há mais de 20 anos - e ainda o estou a ser...e isso não me assusta, até ajuda a aperfeiçoar (penso eu de que).

Quanto ao acordo ortográfico, que se consiga primeiro combater a iliteracia (ainda há tempos alguém dizia que o termómetro servia para «tirar a febre», logo, não era preciso tomar medicamentos)... problema exclusivo da escola ou situação há muito enraizada?

carlos disse...

sem entrar em discussão num assunto sensível aqui na casa (e porque já tive muito disso....), diria que os argumentos dos professores por vezes me espantam.
a saber:
em qualquer empresa as avaliações ou são feitas por empresas de consultoria externa de acordo com normas mais ou menos generalistas, ou são feitas internamente por colegas de trabalho, normalmente um seu superior. por vezes inferior, se por acaso a actividade dele na empresa assim o determinar (acontece um trabalhador dos recursos humanos fazer a avaliação de alguém que é chefe num outro departamento)
em qualquer dos casos é irrelevante a qualificação académica que apenas serviu para isso: a conclusão do curso e jamais volta a ser chamada para o que quer que seja. depois de entrar conta o que faz e como faz.
esse avaliador pode ser tudo o que é possível ser-se: namorado, ex-namorado, superior, antigo inferior, com mais ou menos antiguidade, com menos ou mais formação académica: é o cargo que ocupam que determina a capacidade de avaliar e não a formação académica e muito menos a classificação final de curso.
igualmente, exceptuando o funcionalismo publico, em absolutamente lado nenhum, um trabalhador quando começa a sua carreira profissional espera chegar ao topo da carreira por antiguidade ou acha que, mesmo por mérito, todos poderiam chegar.
não chegam.
a vida não é assim. infelizmente.
um soldado não espera chegar a general por ser o topo da carreira; um operário não espera chegar a chefe de produção por ser o topo da carreira; um aluno não era chegar a doutorado apenas porque isso é o topo da carreira de estudos.
alguns gestores de topo em algumas grandes empresas começaram muito por baixo de gente que hoje dirigem.
e têm muito menos estudos.
mas o que conta é o trabalho que fazem. é por isso que são avaliados

teresa disse...

É claro que não vou entrar em discussões (pelo menos no mau sentido) e a tentar acabar alguns trabalhos, ficam só as seguintes considerações (se é que entendi o comentário):

- o facto de haver ligação entre as pessoas (de simpatia ou antipatia) inquina o processo, nada me faz pensar de outro modo(e aqui estou a repetir-me)... aliás, muitos estudos que li desta experiência noutros países revelam que acabam mesmo por vezes (é assim a natureza humana) as simpatias e 'muitas vénias' por ultrapassar o mérito profissional...´(falo de uma senhora Linda McNeil que fez um estudo muito sério por um período de 20 anos, dando resultados de que nem me atrevo a duvidar);

- o facto de um professor de Educação Física (que nem no duche canta e aqui falo de um exemplo do meu quotidiano) ir avaliar as aulas de Educação Musical parece-me digno de um qualquer manifesto surrealista ,pois falamos de uma avaliação pedagógica e 'científica' e aqui não entram médias.

No caso pessoal posso dizer que tendo começado a trabalhar aos 18 anos (sem faltar às aulas e sem deixar cadeiras por concluir) nunca tive muito tempo para 'marrar' para altas médias, portanto nesse particular falo 'sem caudas presas';

- o facto de as pessoas progredirem não por mérito próprio, mas por uma determinação do Min. das Finanças, então quanto a isso nem sei o que diga e aqui também já fugi a esse crivo, portanto não estou a defender quintal próprio, parece-me um simples caso de justiça corroborado pelos melhores juristas cá do sítio que - à margem de sindicatos - nos temos quotizado para que nos dêem parecer e eles próprios (e não vou citar nomes, pois seria deselegante), consideram isso um atropelo;

Estas breves (e incompletas) considerações não significam que defenda a antiguidade como posto, nunca o fiz nem o farei, pois tenho tido colegas só com 2 anos de experiência que nasceram mesmo para dar aulas, motivam e são professores com maiúscula;

O principal problema é quando se perspectiva que os generais - a serem de acordo com a lei vigente 'promovidos' - poderão vir a provar que nunca deviam ter sequer chegado a capitães e alguns com perfil de generais nunca passarão de sargentos (e estou à vontade pois, repito, já escapei por um triz a tudo isto).

Há uns 5 anos fui avaliada por uma inspectora pedagógica e a experiência foi muito positiva e útil, mas confesso ter ficado tranquila quando ela me disse ser formada na mesma área disciplinar (e não assassinar a gramática) e, na altura, ainda não se falava em avaliação docente nestes moldes pois, para quem não saiba, sempre fomos avaliados através de relatórios de actividades (e houve professores a 'chumbar' estágios ao longo do processo ou a desistirem por não conseguirem segurar algumas turmas mais problemáticas);

Penso que assim como um arquitecto não gostaria de ser avaliado por um cirurgião (a que propósito?) eu também não defendo vir a ser avaliada por um professor de Alemão, dado ensinar Português e considero que avaliar um professor , para além da parte pedagógica, há que aferir com seriedade o rigor científico (o que não tem a ver com médias): não é só 'segurar' uma turma, mas ensinar-lhe o que está correcto de acordo com a matéria em questão.

Para concluir, isto faz-me lembrar o que se passou num dos maiores hospitais da cidade com um amigo de juventude: tendo-lhe sido perguntado (pelo 'chefe') por que motivo não tinham feito as cirurgias marcadas para um determinado dia e ao ser informada a hierarquia que um anestesista estava doente, o senhor perguntou ao meu amigo:' então não há tantos médicos por cá? qualquer um pode anestesiar'.

E com isto tudo espero que não tenha, um dia, de avaliar os colegas que leccionam Alemão ou Francês - será no mínimo injusto e eles (pelo menos os que conheço) não o merecem.

Luísa disse...

E quando a avaliadora diz para a avaliada: "tu que coordenas estágios e estás habituada a avaliar estas coisas é que podias dar-me umas dicas como hei-de proceder." História verídica. Não devem ter sidos estas as palavras exactas, mas a ideia é mesmo esta. Juro. Eu fiquei parva quando a ouvi, não queria acreditar, mas tive que o fazer quando a avaliadora veio ter com a avaliada para perguntar quando tinha tempo para dar as tais dicas.

Sim... tem muita lógica um professor de português avaliar um professor de alemão, especialmente se aquele só souber dizer "Scheisse" (porque destas... toda a gente sabe...). Não deve haver problema, são professores de línguas.
Por essa mesma lógica um talhante também pode avaliar um cirurgião, os dois abrem corpos, não interessa se um está vivo e outro não, se um é um animal se outro é uma pessoa...
Eu nunca fui professora (o estágio foi mais a gozar com as pessoas do que um elemento de formação... era o que havia há 2 anos) no entanto acho que a avaliação, doa a quem doer, deve ser feita. Mas não brinquem connosco...

teresa disse...

Correndo o risco de 2 puxões de orelhas: um da minha orientadora já amanhã e outro, dentro de poucos dias, como a pior comunicadora em congressos quase a ser promovida a feirante, tenho a dizer que a última frase da Luísa diz tudo (preciso de umas aulas para ter capacidade de síntese) e passo ao copy/paste da dita:
«acho que a avaliação, doa a quem doer, deve ser feita. Mas não brinquem connosco...» e isso diz tudo:)