1 de junho de 2009
Reflexões pós-2ª circular em final de tarde
São agradáveis as viagens diárias quando sem pressas mesmo que, para tal, haja que madrugar. No passado optei com frequência pelo nascer do sol para, com calma, seguir no 31 do Rossio ao Campo Grande mesmo ouvindo remoques do género “se eu fosse a ti, nem me dava ao trabalho de dormir, para quê?…”. A vantagem de se viajar sem manter conversação durante o trajecto é a de poder captar detalhes das ruas, dos rostos, dos edifícios, da forma como cada um se movimenta.
Na época já os autocarros eram os laranja com poucos lugares sentados. Por isso mesmo, ao entrar em primeiro lugar, instalava-me comodamente para apreciar o movimento dos transeuntes, os detalhes dos edifícios, algumas árvores que começavam a florir.
Quando os autocarros tinham dois andares, era bom subir as escadas e escolher um lugar lá no alto, de preferência o da frente, a fim de obter a melhor perspectiva.
Com o passar dos tempos, a opção passou a ser a de caminhar na cidade, sempre que possível, mesmo para distâncias consideráveis, embora tal só seja viável em épocas privilegiadas (infelizmente poucas) quando as exigências não pesam.
Parece que viajar nos actuais autocarros, por muito cómodos que possam ser, já não tem o mesmo atractivo.
Por isso mesmo, é bom passear por Lisboa nos meses de Verão, quando começa a chegar o sossego, criando a ilusão da existência de um grande espaço cuja pertença é exclusiva.
Surgiram-me estas memórias por ainda há pouco ter enfrentado a “emoção” da 2ª circular em fim de tarde, apesar da condutora ser a sobrinha R. com a sua habitual boa disposição.
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2 comentários:
Era bom andar de transportes, eu adorava estes autocarros de 2 andares (para ver as coisas lá de cima, pois claro) e de andar de eléctrico! A cidade não tinha tanta confusão, não se ía "enlatado" e podía-se (atenção que esta é importante) abrir as janelas e ir a apanhar o ventinho na cara!!!
O eléctrico também era uma boa experiência (desde que não se viajasse de pé e "a monte"):)
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