28 de junho de 2009
A mulher, especialmente a casada, deve ter uma profissão?
É este o título, abreviado por mim no post , que a Revista Eva dá ao seu inquérito realizado em 1944. Entrevista figuras conhecidas de todos os quadrantes políticos, entre as quais Manuel da Fonseca, Irene Lisboa, Condessa de Rilvas e outros mais.
Quando andei a vasculhar o lixo e encontrei esta revista, dentro existia uma pasta cuidadosamente guardade e que ali se conservava há 65 anos. Era o depoimento que uma figura afecta ao regime preparara cuidadosamente e submetera a apreciação superior, estando apensa a ele, um bilhetinho que o congratulava além de o autorizar a declarar o que escrevera. Vou mostrar assim algumas peças, tendo o cuidado de preservar a privacidade de quem escreveu o que me veio parar às mãos. Não estranhem assim um corte que fiz na revista. Para lerem o artigo, é clicar nas duas primeiras imagens do post, para as ampliar.
A pasta
O texto
A aprovação : A doutrina está perfeitamente conforme com o nosso pensamento.
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6 comentários:
Interessantíssimo, T.
Hoje com pouco tempo para "blogar" , o teu post trouxe-me à memória um documento que recebi há cerca de um ano sobre as condições necessárias exigidas em Espanha no início de século a fim de se ser professora competente. A primeira era não ter responsabilidades familiares com referência para o agregado próximo, ou seja, marido e filhos.
Quando tiver tempo, vou ver se encontro o texto.
O texto veio em cinco cópias. Mando uma pelo teu mano:)
Mas o que me emocionou foi ver a cara de quem me presenteou sem o saber, com tanta imprensa periódica. Tive que o apagar pois claro. Mas não o vou esquecer.
E gosto muito do padre que dá a aprovação fale de um homem manqué em relação às mulheres emancipadas...
Fala...ai ai.
Obrigada pelo envio da cópia, estou curiosa. Imagina uma entrevista deste tipo na Europa de hoje, o termo "doutrina" também seria impensável:)
Os investigadores de "Estudos Femininos" (curiosamente muitos deles homens) a espreitar hoje o teu "post" vão ficar a lamentar não terem sido eles a encontrar a pilha de revistas junto ao contentor.E estou a dizer isto sem implicações, pois nunca fui apologista dos movimentos furiosos que, nos idos 60, iam para a praça pública queimar vassouras e peças de roupa interior, penso que a mudança não passa (passou) por aí:)
Chama-se a isto um achado "five stars". Trata-se de um documento importantissimo.
Em 1936, no seu discurso "Como se constrói um estado", Salazar escreveu: "O trabalho das mulheres fora de casa não deve ser incentivado. Uma boa de casa tem sempre muito que fazer."
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