Penso que corria o mês de Novembro do ano de 1977. Como alguém próximo "fazia o som" desta banda no Cascais Jazz - sempre me perguntei por que motivo actuaria a banda representada na capa do disco num evento jazzístico - fiquei escondida, a assistir, nesse dia, ao maior evento musical da época(penso que durava 3 ou 4 dias, já não me lembro... três???) de um outro ângulo, ou seja, quase nos bastidores. Parece que o meu efémero momento de glória - contaram-me - foi ter aparecido em grande plano (sem ter notado) num daqueles documentários que passavam no cinema, antes das longas-metragens, pois a época já não era propensa a publicitar as paradas da Mocidade Portuguesa, ou os discursos do líder da nação antes do prazer do filme, dado o Dia da Liberdade ter acontecido há pouco mais de 3 anos.
Um ou dois anos depois do festival, procurando reconciliar-me com este estilo de música, tentei assistir à actuação dos Tantra no Coliseu, resultado: fiz o mesmo que faço quando um livro não me agrada - a chamada retirada estratégica ao fim do primeiro quarto de hora do concerto. Os fumos de cores várias, o estonteamento das luzes, a toada electrónica e as máscaras de monstros que entoavam de modo intimidatório um tema intitulado "À Beira do Fim" ("somos homens abandonados", se não estou em erro) encarregaram-se de me lembrar que "havia mundo para lá das paredes do coliseu"... e assim saí com leveza para respirar o movimento do Rossio que, na época, era convidativo e animado.
3 comentários:
Tempos em que o Sr. Pedro Ayres Magalhães era simples e simplesmente o «Dedos Tubarão» ;)E ainda não era surdo.
:):)
E agora o "Dramático" desapareceu, foi a catedral dos concertos para algumas gerações e não me refiro unicamente ao "Cascais Jazz" que agora, se bem me lembro, tem lugar no Parque de Palmela no Estoril.
a propósito do cascais jazz.. a minha memória aqui:
http://diasquevoam.blogspot.com/2006/12/acontece-sempre-por-esta-altura-do-ano.html
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