9 de março de 2009

As varandas de Lisboa

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Outro dia a a deslizar em conversa interessante daquelas em que ideia puxa outra,alguém dizia o que é confrangedor é que analisando historicamente a sociedade portuguesa, os portugueses não mudam, defeitos e qualidades incluídos. E lembrava-me disto exactamente, quando ao ler os Dispersos de Vieira da Silvam encontro um pequeno verbete sobre o incêndio do nº 273 da rua da Madalena em Abril de 1907, que causou a morte a 13 pessoas. Foi fogo posto e os seus incendiários julgados.
Este acontecimento gerou muita polémica e muitos alvitres oficiais para evitar novas ocorrências. Um deles é de inspiração notável: retirar os vasos com flores das varandas dos prédios. O Vieira da Silva goza bem com a medida. Afinal o que importou não foi a altura do prédio, o tipo de materiais com que tinha sido construído, a demora na chegada dos socorros e cito. Nada mais simples como medida preventiva do que retirar as pobres das plantinhas. Daí um salto até ao Chiado e à polémica das floreiras. Prevenir para remediar? Qual quê...A culpa é sempre das flores.

2 comentários:

teresa disse...

Este é um daqueles "posts" irrecusáveis (opinião pessoal e subjectiva), pelos quais se não pode passar sem deixar umas palavrinhas, por incompletas que sejam.
1)- a incapacidade de destacar o essencial (incêndios e risco de vida das populações), realçando o acessório(neste caso as flores), fez-me lembrar a célebre frase de Maria Antonieta quando foi informada de que o povo não tinha pão. Acontece que se lhe seguiu a Revolução Francesa com os ideais que não deveríamos relagar para o esquecimento (continuo a referir que "fraternidade" será para substituir por "solidariedade", a "liberdade" e a "igualdade" serão de manter)...
2)- o grave é que suspeito - eu com o meu mau-feitio - que se saiba realmente que não são as "poor flowers" as culpadas e se pretenda imbecilizar (ainda mais) um povo há tanto tempo mantido na escuridão (ooops, isto está a ficar sério) e combater com ímpeto e muito furiosamente uma coisa chamada "défice", não se olhando a meios para se atingir fins;
3)- para concluir, acredito que o assunto do post- incêndios e segurança ou falta dela- seja especialmente caro à nossa T e vou transpô-lo para o meu quintal, aquele que melhor conheço: os telheiros de amianto encontram-se em estado de perigo sanitário? as instalações eléctricas podem levar alguém a um "esticão" sem volta? há miúdos a fabricar explosivos com ácido muriático para assustar os colegas e não há funcionários para exercer vigilância(por poupança)? passaram-se algumas cenas a censurar num balneário abandonado? ... entupa-se a escola de computadores, de projectores e de pontos wireless.
E é assim que vai o nosso "small garden".

teresa disse...

"relegar"