13 de janeiro de 2009

A eleitoralite

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Logo pela manhã, fui acordada por estranhos ruídos que se anteciparam ao aviso do despertador: as trepidações e um silvo sibilino,continuado, fizeram-me recear o pior - seria uma avaria no sistema de aquecimento de águas? a canalização em risco? quem sabe se mesmo um tremor de terra...
Tendo gradualmente tomado consicência de que a persistente zoeira não tinha origem dentro de portas, escancarei a janela do quarto, apesar do frio matinal e, mesmo a considerável distância da estrada, pareceu-me estar posicionada no meio de um estaleiro. O ruído da maquinaria não enganava.
Entretanto de saída, descobri colado ao portão de casa um enérgico "sinaleiro", com ar de poucos amigos, ostentando com convicção uma placa, com destinatário personalizado (aqui a "je") tendo a mesma os dizeres "STOP". Obedeci-lhe de imediato.
Poucos minutos depois e já com ordem de marcha, verifiquei a existência de grandes valas no asfalto, ainda há menos de um ano esventrado a fim de serem colocadas as condutas dos esgotos.
Irá desembocar, mesmo ao cimo da minha rua, uma paragem de metropolitano saloio, mesmo a confinar com as leiras de alface e de couve galega?
Com eleições à porta - e aqui no sentido literal - já nada surpreende neste Admirável Mundo Novo...

2 comentários:

Anónimo disse...

Eleitoralite aguda!
Aqui pelas minhas bandas é o mesmo... Esbanjamento de dinheiros públicos...
Uma amiga Dinamarquesa de cada vez que cá vinha (3 a 4 vezes por ano), ia observando a evolução e repetição das obras. Mostrava grande surpresa e até indignação, dizendo: "Isto na Dinamarca era impossível! Impossível! Os contribuintes nunca permitiriam!".

teresa disse...

Rosarinho,
"os contribuintes nunca permitiriam", mas também acredito que nem se chegaria a esse ponto lá pelos nortes...: há estados aos quais os contribuintes conferem legitimidade, pois sentem orgulho nas políticas sociais sustentadas pelos impostos que pagam (o norte é o último reduto do estado providência, o modelo está em ruína).
As grandes rupturas surgem quando os cidadãos começam a sentir de modo generalizado que já não existe legitimidade possível (p.e: o público a observar individualidades que vão a uma cimeira sobre a crise em aviões particulares e que afirmam publicamente prescindirem de um dólar mensal do seu salário para ajudarem a "resolver a situação",etc.)