Encanta-me a escrita desta mulher e por ela me apercebo da diferença das pessoas que escrevem livro ao quilograma (que acabam invariavelmente no saldo do hipermercado) e das verdadeiras escritoras. Tomara eu que a magnífica Hélia Correia deixasse de procrastinar e avançasse com um espectacular livro. E voltemos à Agustina, que sabe dizê-lo.
"Perguntavam-me agora, muito subtilmente, se existe uma literatura feminina. Existe sim - é a arte da confidência. Tudo o que quase toda a mulher põe em literatura é a confidência, a exaltação da confidência. Todas as almas fracas, apenas doces, ternas, fáceis dos factos só amam a confidência deles: as mulheres ao amor, por exemplo, preferem a confidência do amor - eis toda a literatura das mulheres"
Podem clicar no texto e aumentar para o ler.
Depoimento de Agustina Bessa Luís, Revista Selecções Femininas, 1955
7 comentários:
Sem querer ser "deselegante", pior ainda é escrever a metro e ser um sucesso de vendas. Não vou tornar isto numa adivinha:(
Mais cedo ou mais tarde vão lá parar. O sucesso é efémero.
Concordo com a tua opinião. Costumo utilizar o mesmo critério em relação à música - a que resiste ao tempo tem qualidade:)
(o que não exclui a ideia de haver boa música ou boa literatura "um pouco" marginais, contrárias ao sucesso fácil)
Sim claro. Mas há literatura e música que são verdadeiro lixo. E depois existem as excepções.
Eu gostava de ser rico por razões financeiras. (W.Allen dixit).
O meu problema com a literatura de cordel é não ser capaz de a escrever. Ou "O Segredo". Ou "O Alquimista". Adorava ter sido capaz de escrever aquilo. Juro.
:b
Huum... o "Código da Vinci" não terá vendido mais ? (talvez não)... pois tanto "Segredo" nas livrarias é pior do que uma viagem de traineira = náusea total:(
Boa porcaria essa livralhada toda.
Mas devem dar muito $$$$$$$
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