19 de novembro de 2008

Que raio de "regresso"...

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16h15 depois de uma ida aos correios toca a correr para o lidl para fazer umas compras. chego. estaciono-me. ponho moeda no carrinho e lá vou eu. eu sei eu sei, o lidl é um dos supermercados mais baratos por inúmeras razões, entre elas a arrumação “desarruada” dos produtos, a ausência de publicidade, caixas pequenas que quando passam os artigo quase os enviam para o chão… tudo bem, sei disso, muitas vezes irrita-me mas até agora aceitei. hoje chego à caixa, momento único, estou sozinha e não há ninguém na fila. não tenho crises de ansiedade a pensar que tenho que me despachar por causa do cliente que esta atrás de mim e não tenho que me preocupar com o facto dos artigos irem parar ao chão. queria dizer isso tudo à caixeira mas abstenho-me. saio com um sorriso nos lábios, ainda tenho tempo de ir a outro supermercado comprar uma boa garrafa de vinho. chego ao parque de estacionamento, um camião de 10m parece querer descarregar a mercadoria. o condutor faz manobras e eu digo-lhe que vou sair e pergunto-lhe se não pode avançar um bocadinho. ele diz que não que não pode estar sempre a avançar mas para eu ver com a senhora e atira com os olhos para dentro do armazém. vou ter com a dita senhora que entre cada frase repete “hã?” digo-lhe que tenho que me ir embora porque tenho encontro às 17h (não tenho que me justificar mas faço-o porque pressinto que vai correr mal) ela diz que se esta absolutamente nas tintas e que a descarga vai demorar 20min. pergunto-lhe se acha normal aquela resposta e ela responde que sim. entro no supermercado e peço o livro de reclamações, ora, se bloqueiam a saída do estacionamento ao menos que ponham grades ou que avisem as pessoas… é com surpresa que recebo a resposta “não temos livro de reclamações” (acho estranhíssimo, mas como estou noutro pais, acabo por pensar que pode ser possível). peço para falar com o responsável da loja e a caixeira diz-me que é a senhora que esta a descarregar o camião. nada feito. o sangue começa a subir-me à cabeça. procuro o telemóvel e não o encontro. volto aos correios a ver se o deixei lá, nada feito. vou a pé e volto. quando chego ainda lá esta um camião e uma pessoa a reclamar do mesmo que eu. trocamos algumas palavras. ela tenta, nada feito. e de repente aparece outra pessoa, ela diz-lhe que é inadmissível estarmos ali à espera há tanto tempo. a senhora para a pensar e diz ao camionista para avançar. ele fá-lo sem olhar para os espelhos quase levando 3 carros. ela sai eu faço 5 vezes marcha atrás e à frente com a ajuda desta ultima senhora que abana freneticamente as mãos nas traseiras do carro. abro o vidro e faço-lhe sinal para falar com ela. ela não percebe (ou finge não perceber) e como já não tenho tempo vou-me embora, primeira a fundo, e fico a pensar o quão incrível é poderem dar respostas assim aos clientes que são antes de mais pessoas. não tive saída (literalmente) e penso que a única solução é não voltar a lá pôr os pés…

7 comentários:

carlos disse...

em frança talvez o lidl seja dos supermercados mais baratos.
em portugal já só vive da fama mesmo.

está longe de ser o mais barato neste momento

carlos disse...

e sim, o desprezo do lidl pelos clientes é proverbial.

Anónimo disse...

Aqui no Porto eu pedi uma vez o livro de Reclamações e a responsável pela loja trouxe-mo mas ameaçando de me por um processo em tribunal!!! Enfim...

Anónimo disse...

o lidl é a entidade que levou a tribunal uma senhora de 70 anos por um furto de 1,39€ (um euro e trinta e nove centimos):

http://dn.sapo.pt/2008/02/29/cidades/idosa_tribunal_acusada_furto_creme_1.html

teresa disse...

1)- é mesmo uma miragem ainda considerarmos o Lidl um supermercado barato;
2)- na Alemanha os produtos frescos (frutos e legumes) desta cadeia foram apontados como sendo os mais "castigados" com pesticidas por uma publicação de defesa dos direitos do consumidor;
3)- é, no mímimo, pouco inteligente tratar clientes como se fossem "o inimigo público nº1";
4)- num centro de saúde já preenchi o livro de reclamações - mais irritada com o tratamento dado aos outros utentes que mal escreviam do que a mim própria - e a resposta da sra.directora foi digna de um programa dos "Gato Fedorento".:(:(:(

Anónimo disse...

Eu também era cliente LIDL, porque até há dois anos atrás era o mais baratinho aqui da zona e o dinheiro cá em casa já não esticava mais.
A crise de ansiedade na caixa para tentar arrumar as compras "à velocidade da luz" e a pressão dos clientes que se seguem, não me deixaram saudades nenhumas.
Não é raro os clientes sentirem-se em falta ou "sinceramente" desprezados.
Tenho pena dos empregados que mais parecem máquinas automáticas numa fábrica pavloviana: reagem aos estímulos para os quais foram condicionados, se o estímulo sair da rotina a reacção desadequada não se faz esperar...

gin-tonic disse...

É lamentável o episódio que viveu no “Lidl”, caríssima J – bem regressada aos “Dias Que Voam”.
Mas nestas cadeias de supermercados, tipo "Lidl" ou "Minipreço" , cenas como a que relata são quase um pão nosso de cada dia. Também se exalta, também lhe apetece partir a louça toda, mas depois falta-lhe o feitio para a arruaça, que é onde estas coisas sempre acabam. Existe ainda uma outra questão que não é de somenos: os trabalhadores destes supermercados são pagos miseravelmente e têm cargas horárias de trabalho no limite da exploração impensável para o século XXI. Eles descarregam camiões, transportam em empilhadores, enormes volumes com os produtos que têm de colocar nas prateleiras, ainda têm de fazer atendimento nas caixas e, se uma garrafa de vinho ou de azeite se parte, vão buscar o balde e a esfregona.
Mas perguntar-se-á: “e que tenho eu a ver com isso?”
Pois é, nada!
É verdade que são mal-educados, embirrantes, mas pelo lado dos clientes a coisa não é diferente e tudo se transforma, então, numa bola de neve em que todos pagam por tudo e por todos.
Não tivesse que distribuir a sua reforma, para além do sustento diário, pela compra de livros, discos, DVDs, idas ao cinema, ao teatro, a concertos, a exposições, a passeios à procura de um Portugal que ainda desconhece – e é muito!... - e também “não punha mais lá os pés”. Frequentaria apenas o “Gourmet” do “El Corte Inglês”. Mas acontece que é um chocolate-dependente e os chocolates do “Lidl”, têm um agradável balanço entre preço/qualidade.
E quem me diz a mim que no “Gourmet – onde não compro, apenas entro pelo gosto de ver – também não serei mal tratado? A diferença única é que aqui se pode reclamar e, penso apenas , que a reclamação não cairá em cesto roto.
É mau quando a gente se habitua, mas sabendo que tudo isto não é um jardim de rosas, e não sendo a coisa grave, faz por olhar para o lado e sai a cantar baixinho “se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa, num desenho que fizesse”.
Chega aqui e tem a noção que não deveria ter feito este comentário. Não são exemplos que se dêem a alguém, nas, às vezes, principalmente quando não chove há muito tempo, tem tendência para o disparate…