Permito-me a utilização do rótulo "light" para alguma literatura a fugir à listagem das narrativas que vendem como melões, vá-se lá saber porquê, talvez a sociologia explique tal sucesso de vendas, caso alguma vez venha a estar para aí virada.Esta literatura aqui designada por "light" não é obrigatoriamente sucesso comercial e tem como característica o ser comparável ao chá de tília ou à maçã cozida por ser completamente inócua.
A produção escrita que vende como o produto de Almeirim é, em meu entender, a tal literatura rosa (não encontrar aqui qualquer graçola partidária de cariz duvidoso).Não pretendendo fazer desvios da dicotomia light/rosa, sabe-se que a da cor pálida, particularmente a nacional, é sobejamente conhecida pelo mediatismo dos seus autores que certamente aparecerão em todas as revistas existentes nos cabeleireiros deste país, participando na social life de parceria com o jet set botoxado em qualquer esplanada do allgarve . Por outro lado, a escrita light diverte por ser bastante naïf e nos fazer esboçar um sorriso quando já não há concentração que resista.
Nesta última designação, passo a incluir um livro com que me deparei em momentos de distracção quando, ontem no escritório, tentava organizar apontamentos. Trata-se do título How to Read a Person Like a Book.
Alguns conselhos importantes ou “tiradas grandiosas” que gostaria de partilhar retiradas do livrinho de instruções:
“Atenção ao homem cujo estômago não se move quando ele ri” (provérbio cantonês)
Braços cruzados com as mãos fortemente apoiadas – posição defensiva
Sentado com uma perna sobre um braço da cadeira ou do sofá – indiferença ou pior ... (aqui fiquei perplexa)
Esfregar o queixo – gesto de avaliação. (quem estiver sujeito à avaliação do desempenho, verá que afinal não é complicado)
Direito de mãos atrás das costas – atitude de sargento. (não fiz serviço militar, subsistem dúvidas)
Reclinado no sofá com os braços atrás da nuca e de perna cruzada –superioridade (já sei como se sentam algumas figuras públicas)
Esfregando as mãos – gesto de expectativa.(eu costumo fazer isto quando me esqueço das luvas em casa nestes dias de frio)
Na contracapa é feito o resumo deste livro de instruções, segue a tradução: "cabeça inclinada, mão em frente da boca, palma da mão aberta, olhos que fixam, tudo isto demonstra os sentimentos ocultos pelas palavras do interlocutor. A expressão corporal não engana" (e eu pensava que fosse o algodão do anúncio do Sonasol Verde...)
Alguns conselhos importantes ou “tiradas grandiosas” que gostaria de partilhar retiradas do livrinho de instruções:
“Atenção ao homem cujo estômago não se move quando ele ri” (provérbio cantonês)
Braços cruzados com as mãos fortemente apoiadas – posição defensiva
Sentado com uma perna sobre um braço da cadeira ou do sofá – indiferença ou pior ... (aqui fiquei perplexa)
Esfregar o queixo – gesto de avaliação. (quem estiver sujeito à avaliação do desempenho, verá que afinal não é complicado)
Direito de mãos atrás das costas – atitude de sargento. (não fiz serviço militar, subsistem dúvidas)
Reclinado no sofá com os braços atrás da nuca e de perna cruzada –superioridade (já sei como se sentam algumas figuras públicas)
Esfregando as mãos – gesto de expectativa.(eu costumo fazer isto quando me esqueço das luvas em casa nestes dias de frio)
Na contracapa é feito o resumo deste livro de instruções, segue a tradução: "cabeça inclinada, mão em frente da boca, palma da mão aberta, olhos que fixam, tudo isto demonstra os sentimentos ocultos pelas palavras do interlocutor. A expressão corporal não engana" (e eu pensava que fosse o algodão do anúncio do Sonasol Verde...)
Para finalizar, seguem as recomendações :
Descubra como :
- interpretar e enviar mensagens de amizade e namoro
- conseguir controlar resultados em argumentações e negócios
- saber ver se o seu interlocutor fala a verdade
- reconhecer e vencer aborrecimento e atitudes defensivas
- vencer em tantas outras situações delicadas
Um livro de bolso para o auxiliar nos negócios, família e vida social.
Descubra como :
- interpretar e enviar mensagens de amizade e namoro
- conseguir controlar resultados em argumentações e negócios
- saber ver se o seu interlocutor fala a verdade
- reconhecer e vencer aborrecimento e atitudes defensivas
- vencer em tantas outras situações delicadas
Um livro de bolso para o auxiliar nos negócios, família e vida social.
Esta preciosidade foi editada em 1973 .
9 comentários:
Pelo menos o título sempre é mais interessante nessa edição de 1973.
Tenho um semelhante, edição de 2004, "Linguagem corporal - Porque é que os homens coçam a orelha... e as mulheres mexem na aliança", de autoria de uma dupla famosa (digo famosa porque soube com explorar estes assuntos) um casal de psicólogos que nos tentam explicar como ler os pensamentos dos outros através dos seus gestos.
Embora saiba que a nossa linguagem corporal revela muito de nós, gosto de aprendizagens baseadas em factos científicos e sem desprimor para qualquer dos autores do género conhecimento intra e interpessoal, não sei como classificar certas leituras. Mas parecem-me mais do que "light" . Porque tem seguidores e não é assim tão inócua.
Abraço
Talvez não seja realmente assim tão inócua esta literatura,anamar. Conheço mesmo uma psicóloga a quem este tipo de "verdades inabaláveis" causa uma certa urticária...eu vou sorrindo quando já não me consigo concentrar mais nas leituras obrigatórias.
Abraço
Eu que estou sentada em cima de uma perna...Fico preocupada:)
Já me ri com o post:)
Gostei de saber como os políticos se sentam. (risos)
O ser "inócuo" ou não depende, em primeiro lugar, do sentido crítico dos leitores.
Um abraço
t,
o estar sentada em cima de uma perna só tem, a meu ver, um motivo de preocupação - o levantar-se subitamente para atender o telefone ou ir abrir a porta e tropeçar: aconteceu com um amigo que se aleijou a valer:(
rosarinho,
concordo plenamente e aqui sou adepta daquele "rapaz", do Umberto Eco quando afirma que um texto pode (eu diria "deve") ser interpretado criticamente, mas acredito que isso por vezes é utopia, pensemos nos jornais que mais vendem, por exemplo e tiremos conclusões...
como visitante apenas, espero que se sinta bem nestes Dias, Teresa, partilhando o que entenda por bem fazê-lo
:)
Eu tropeço é nos fios dos carregadores que deixo enroscados nas cadeiras de rodinhas:)
E eu que não sabia que tinha um membro na família com tanto saber nesta coisa da linguagem corporal ! :))
T este post recorda-me algumas dicas que me tens dado relativas à minha postura em reuniões e em frente às câmaras. Mana Teresa vou querer dar uma vista de olhos ao teu livrinho jurássico ehehe.
beijinhos e felicidades aqui pelo Dias
VV
Os meus sinceros agradecimentos às palavras de incentivo do anónimo.
Ao mano mais novo, prometo o empréstimo desta obra-prima (ou será tia?) da literatura:)
Em relação aos problemas da T. com fios de carregadores, parece-me que já se encontra em formação um movimento anti-globalização para substituir os telemóveis por pombos-correio. A concretizar-se, lá ficarão as cidades novamente com o problema trazido pelas aves colombinas:(
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