22 de outubro de 2008

A árvore verde

Noite escura, movimentada e friosa a de ontem. Pela janela aberta, vi a árvore muito verde e poderosa, a agitar-se quase a gemer. Não sei o que ela dizia. Nem dormi pior por isso. Sonhei muito, revirei-me toda e provavelmente ressonei. Acordei de pernas para o ar e quase no chão. Não é poético mas é verdade.
Não sei se é entre os sonhos que pressagiamos o que acontece, talvez seja aquele flash do dejá vu que todos temos. Sonhei que sabia o que acontecia e que estava tudo bem. Quando acordei, acreditei que fosse noite ainda. Era já tempo de ir embora, estremunhada de todo. No táxi pensava, tenho que escrever isto da árvore e escrevi árvore numa conta qualquer que tinha na mala. Demasiado minimalista, obliterei tudo o resto. O taxista esse dizia-me, o tempo mudou, é altura de nos agasalharmos, enquanto eu quase batia o dente tanto de sono quanto de frio. E depois reencontrei-me com o meu edredon enrolei-me e esqueci tudo o mais. O telefone tocou toda a manhã. Eu às vezes atendi outras não. Amanhã sou ave diurna.

3 comentários:

Curiosa disse...

Isso de ter horários trocados tem as suas "desavenças"...!

AnaMar (pseudónimo) disse...

É bom sonhar a cores...E acordar de pernas para o ar e quase no chão, tem o seu quê de poético...:-D

E como adoro árvores...

gin-tonic disse...

Lembrou-se de Ruy Belo: "Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros."