19 de julho de 2008
Alcântara em 1790
Esta belíssima gravura, onde podem clicar para ver a versao original na Biblioteca Nacional, foi aparentemente realizada no séc XVIII por um senhor chamado Noel... interrogo-me que igrejas serão essas. Este sítio não aparece no levantamento de Filipe Folque, visto que era fora da cidade.
Pensei que lá ao fundo fosse a Igreja de Santo António de Campolide, mas só foi construída em 1879, embora houvesse anteriormente uma capela, supostamente pequena.
A Igreja do Senhor Jesus do Triunfo, ao fundo da Rua do Borja, também se debruça sobre o vale de alcantara, mas muito longe do aqueduto, e data (segundo placa na fachada) de 1791. Talvez já estivesse quase construída e a placa indique a inauguração.
Antigamente havia montes de sítiozinhos pequenos pelo vale fora... a maior parte foi comida pelo "progresso", que tanto descaracterizou este vale. Á custa da obssessao pela eficiencia e "utilidade", enchemos a cidade de obstaculos intransponiveis e zonas de ninguém. Como pode isto ser uma Avenida se não tem gente nem passeios?
Lá por fora, existem cidades onde se retiraram este tipo de estradas e desencanaram ribeiros para criar zonas de lazer. Toda a gente gosta de água! O ser humano sempre se instalou em sítios com muita água. Os terrenos á beira de água são sempre muito mais bonitos e valiosos...
Talvez um dia, na minha velhice, Lisboa volte a ser liderada por gente com a cabeça assente em cima dos ombros... e conhecedora da arte de bem viver :)
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2 comentários:
A vista é tomada da Pimenteira para N. A zona não levou grandes mexidas até ao séc. XX; vale a pena analisar o levantamento topográfico de 1904-11, pode ser proveitoso procurar uma capela ou uma ermida na margem direita da ribeira de Alcântara; ou procurar se a quinta tem capela.
Quanto o resto o melhor é nem pensar. Já vejo a chusma de arquitectos de renome mundial projectando 'envolventes' com soluções 'amigas do ambiente', concessões de 'equipamentos de apoio' de modo 'sustentável', tudo muito plastificado à sec. XXI, como no cimo do parque Eduardo VII. Uma treta. O vale de Alcântara foi zona agrícola de quintas e casais, com alguns engenhos industriais, porque havia água. Tudo isso não volta e deixou de fazer falta agora que o engº Belmiro traz tudo de Espanha.
Recomendo uma visita à fábrica da pólvora de Barcarena e que siga daí pela estrada que leva a Caxias para fazer ideia do aspecto do vale de Alcântara com casais, quintas e manufacturas anteriores à era industrial.
É ir que também lá estão a dar cabo de tudo.
Cumpts.
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