9 de maio de 2008

avo uvezian

os charutos, o piano, o strangers in the night e um homem fascinante


ontem ao abrir o 'público' deparei com um anúncio de dupla página que quase apenas dizia sobre fundo preto: 'strangers in the night'


de repente fez-se um click na minha memória para uma noite, há uns anos, no hotel da lapa, em lisboa.

tinha sido convidado para a apresentação de uma nova marca de charutos.
e vinha a portugal o seu criador fazer a apresentação.

hoje seria absolutamente impossível reunir umas dezenas de convidados num hotel para os encher de charutos, nos seus vários tamanhos, à discrição e com liberdade (e incentivo) para fumar até partir.

para mim, o nome de avo uvezian era-me vagamente conhecido. mas não me lembrava muito bem de onde.

dos cigarros não era seguramente.
ali estavamos num momento de cavaqueira com o sr. avo e, de conversa em conversa, ele conta a história de como era músico de jazz e um dia conheceu um famoso criador de charutos que o convenceu a aprender a arte que pasou a ser a sua principal ocupação. até chegar a 'sucessor' de zino davidoff, o guru dos charutos (coisa que ele rejeita por achar que davidoff só houve um).
de repente , e a propósito da sua carreira musical, eu digo que o seu nome me era familiar por alguma razão que não me conseguia lembrar e ele diz com um ar duma simplicidade enorme que devia ser porque ele tinha composto o 'strangers in the night'

eu nunca foi amante das qualidades vocais do frank sinatra (acho que das qualidades pessoais ninguém de bom senso deverá ser...).
chamar 'a voz' ao sinatra é ofender pelo menos uma dezena de cantores (e estou a ser comedido...).
mas o 'strangers in the night' seja porque razão for e seja em que versão for, é uma canção incontornavel e que a todos nos trás memórias associadas.

actualmente, este homem nascido em beirute, de origens arménias, e que quase sempre viveu entre os estados unidos (pela música) e a república dominicana (pelos charutos), continua activo e em excelente forma (não obstante os charutos).

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ontem ao ler aquele anúncio de dupla pagina lembrei-me do seu sorriso e do ar natural com que contava as suas coisas.
e sim, de ter tocado ao piano o 'strangers in the night'.


nessa noite, quando cheguei a casa, despi-me na sala, encharquei a roupa de 'febreeze' (a procter & gamble devia pagar-me alguma coisa..) e deixei que actuasse sobre as moléculas que produzem o cheiro do tabaco.

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